- Sputnik Brasil, 1920
Panorama internacional
Notícias sobre eventos de todo o mundo. Siga informado sobre tudo o que se passa em diferentes regiões do planeta.

Polônia e Coreia do Sul repensam acordo de armas de R$ 110 bilhões

© AFP 2023 / MATEUSZ SLODKOWSKIO presidente polonês Andrzej Duda, o ministro da agência estatal de aquisição de armas da Coreia do Sul, Eom Donghwan, e o ministro da Defesa polonês Mariusz Blaszczak posam com autoridades durante a entrega dos primeiros tanques de batalha K2 sul-coreanos e obuseiros K9 sul-coreanos para Polônia em 6 de dezembro de 2022 no Terminal de Contentores do Báltico em Gdynia
O presidente polonês Andrzej Duda, o ministro da agência estatal de aquisição de armas da Coreia do Sul, Eom Donghwan, e o ministro da Defesa polonês Mariusz Blaszczak posam com autoridades durante a entrega dos primeiros tanques de batalha K2 sul-coreanos e obuseiros K9 sul-coreanos para Polônia em 6 de dezembro de 2022 no Terminal de Contentores do Báltico em Gdynia - Sputnik Brasil, 1920, 11.02.2024
Nos siga no
Varsóvia está debatendo se deve prosseguir com a aquisição de equipamentos militares sul-coreanos no valor de US$ 22,5 bilhões (R$ 111 bilhões) por conta dos termos do financiamento. O impasse, aponta um analista à Sputnik, pode ser exatamente o que evitará uma nova escalada de tensões no Leste da Europa e na península Coreana.
Nesta semana, o ministro da Defesa polonês, Wladyslaw Kosiniak-Kamysz, afirmou em uma entrevista de rádio que os termos do financiamento oferecidos pelos sul-coreanos "são inaceitáveis". A Coreia do Sul quer que a Polônia tome empréstimos em cinco bancos do país após o financiamento estatal ter atingido seu limite.
As entregas de aproximadamente US$ 22,5 bilhões (R$ 111 bilhões) de armamentos sul-coreanos encomendados pela Polônia em 2022 e 2023 começaram já no ano passado, mas agora estão dependentes da vontade dos legisladores sul-coreanos de alterar a legislação do país e aumentar o limite de financiamento do Banco de Exportação e Importação estatal da Coreia.
As palavras do ministro da Defesa ecoam os sentimentos do primeiro-ministro polonês, Donald Tusk, que em janeiro anunciou que havia um grande "problema" com as condições do empréstimo.
"Não sei quem enganou quem, se foi [o ex-ministro da Defesa Mariusz] Blaszczak ou os coreanos. No final, descobriu-se que houve um mal-entendido, mas não quero colocar a culpa em ninguém".
Soldados da Brigada de Assalto do 3º Exército Ucraniano das Forças de Operações Especiais (SSO) Azov em uma trincheira posicionada perto de Bakhmut, região de Donetsk, Ucrânia, sábado, 11 de fevereiro de 2023 - Sputnik Brasil, 1920, 07.02.2024
Panorama internacional
Mídia sugere o que países da Europa podem fazer com Ucrânia após o fim do conflito com Rússia
Blaszczak rejeitou as críticas, acusando Tusk de "guardar centavos" e "preparar os soldados e a opinião pública para o cancelamento dos contratos de armas".
O vice-ministro da Defesa, Pawel Bejda, garantiu que o governo Tusk não está buscando uma "revolução" nas prioridades de Defesa, mas quer garantir que "pelo menos 50% dos gastos com armamento permaneçam nas fábricas polonesas" em meio aos gastos luxuosos propostos com a Coreia do Sul.
A Polônia está no meio do seu maior programa de rearmamento desde a Guerra Fria, com o orçamento de defesa de 2024 atingindo US$ 29,6 bilhões (R$ 146 bilhões), ou 3,1% do PIB do país. A campanha de rearmamento foi iniciada em 2022 pelo agora antigo primeiro-ministro Mateusz Morawiecki e pelo Partido Lei e Justiça.

Coreia do Sul também repensa a venda

"A Coreia do Sul está se comportando de maneira muito cuidadosa em relação aos assuntos da Europa Oriental devido ao fator da operação militar especial na Ucrânia", disse o analista político russo Peter Kolchin à Sputnik.

"Seul recusou-se a fornecer armas à Ucrânia, mas permitiu a compra de munições para as Forças Armadas ucranianas", lembrou.

"No caso do rearmamento da Polônia, a situação também é muito escorregadia devido ao fato das relações russo-polonesas terem deteriorado significativamente nos últimos anos", disse o observador, apontando preocupações tanto em Moscou como em Minsk de que Varsóvia poderia piorar a crise ucraniana, incluindo possivelmente anexar territórios ucranianos ocidentais.
Se isso acontecesse, a Coreia do Sul se tornaria "cúmplice" involuntária, "complicando assim significativamente a relação entre Moscou e Seul". Nesta situação em que Varsóvia coloca em dúvida os acordos, sublinha Kolchin, "Seul tenta reconsiderar a venda de armas, apesar de seu valor multimilionário".

"Atualmente assistimos a um aumento nas tensões da península Coreana e, para a Coreia do Sul, é importante que a cooperação militar entre a Rússia e a República Popular Democrática da Coreia não seja intensificada".

A Rússia possui muitas das mais recentes tecnologias militares sem análogos no mundo, destacou o analista, e se a a RPDC tiver a oportunidade de desenvolver algumas delas, "seria uma ameaça para a Coreia do Sul", destacou Kolchin.

"Portanto, é bem possível que, dado que ambas as partes duvidam da viabilidade do contrato, este possa ser alterado ou, em princípio, rescindido", conclui Kolchin.

Feed de notícias
0
Para participar da discussão
inicie sessão ou cadastre-se
loader
Bate-papos
Заголовок открываемого материала