Moody's rebaixa classificação de crédito de Israel pela 1ª vez na história

A agência de classificação de risco internacional Moody's rebaixou a classificação de crédito de Israel pela primeira vez em sua história, citando riscos políticos e fiscais significativos para o país devido à sua guerra com o grupo militante palestino Hamas.

A classificação do país foi reduzida para "A2", que fica cinco degraus acima do grau de investimento, enquanto a perspectiva de crédito foi mantida como negativa pela Moody's, o que significa que uma nova redução é possível.

"O principal motivo para a rebaixamento da classificação de Israel para A2 é a avaliação da Moody's de que o atual conflito militar com o Hamas, suas consequências e efeitos mais amplos aumentam substancialmente o risco político para Israel, além de enfraquecer suas instituições executivas e legislativas e sua solidez fiscal em um futuro previsível", informa a nota da agência, que havia iniciado a revisão para uma redução em 19 de outubro do ano passado.

O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, afirmou que a decisão não reflete o estado da economia do país. Já o ministro das Finanças israelense, Bezalel Smotrich, classificou a decisão da agência de "manifesto político".

"O anúncio do rebaixamento da Moody's não se baseia em argumentos econômicos sérios e é um manifesto inteiramente político baseado em uma visão de mundo geopolítica pessimista e infundada que reflete uma falta de confiança na segurança de Israel e na força nacional, e uma aparente falta de confiança na justiça de Israel", disse Smotrich, citado pelo jornal israelense Jerusalem Post.

Na semana passada, ele recusou nova oferta de trégua temporária com o grupo palestino Hamas, com quem está em guerra desde 7 de outubro de 2023.

Mais cedo, as Forças de Defesa de Israel lançaram ataques contra posições do Hamas na cidade palestina de Rafah, na fronteira com o Egito, e no interior do Líbano.

Em Rafah, na Faixa de Gaza, a Força Aérea israelense afirmou que eliminou dois oficiais do Hamas. O primeiro seria chefe de segurança de um dos líderes do grupo palestino, enquanto o outro era um dos principais analistas do movimento.

Rafah é o ponto mais populoso de toda Faixa de Gaza, com 1,4 milhão de deslocados palestinos se abrigando no ponto de controle fronteiriço com o Egito.