Estado de emergência: Rio de Janeiro confirma 1ª morte por dengue em 2024

Com mais de 13,5 mil casos confirmados de dengue em 2024, a cidade do Rio de Janeiro confirmou nesta quarta-feira (7) a primeira morte pela doença. Conforme a Secretaria Municipal de Saúde, a vítima era um homem de 45 anos e recebia atendimento na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do Complexo da Maré, na Zona Norte da capital.

Outros três óbitos seguem em investigação na cidade, que está em estado de emergência por conta da epidemia de dengue. Os números de janeiro já representam metade de tudo o que foi registrado no ano passado e são quase o triplo de 2022. A maior incidência de casos na cidade acontece nas regiões de Campo Grande e Guaratiba, na Zona Oeste, onde já são registrados 476 casos por 100 mil habitantes.

Para enfrentar a epidemia, serão inaugurados dez polos de atendimento — cinco já estão em funcionamento para receber pacientes com suspeita de dengue. "O atendimento é muito importante para o tratamento e é oferecido em toda a rede de atenção primária, não só nos polos. Essa é a única maneira de evitar o agravamento do quadro", disse à Agência Brasil o secretário municipal de Saúde, Daniel Soranz.

Em todo o estado do Rio de Janeiro, foram registrados três óbitos pela doença, além de mais de 25,1 mil casos. Outras 21 mortes seguem em investigação.

OMS: aumento em escala global

Para além do Rio de Janeiro, outros estados brasileiros já enfrentam crescimento nos registros de dengue, como São Paulo, onde foram confirmadas sete mortes, Minas Gerais, Goiás, Acre e Distrito Federal.

Em Guarulhos, na Região Metropolitana de São Paulo, também foi confirmada a primeira morte por dengue. A vítima é uma idosa de 104 anos.

O Ministério da Saúde vai iniciar, pela primeira vez, a imunização contra a doença no sistema público. Inicialmente, a partir de março, serão vacinadas crianças e adolescentes entre 10 e 14 anos, além de pessoas idosas que vivem em áreas endêmicas. O Brasil é o primeiro país do mundo a oferecer o imunizante de forma gratuita.

Durante uma visita ao Brasil nesta quarta, o diretor-geral da Organização Mundial de Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghebreyesus, comentou sobre a situação da doença no Brasil. Segundo o dirigente, o surto faz parte de um grande crescimento de casos em todo o mundo, quando em 2023 foram registrados mais de 500 milhões de casos e 5 mil mortes em 80 países, com exceção da Europa. O principal motivo é o aumento das temperaturas causadas pelo aquecimento global.

"O Brasil está fazendo o seu melhor. Os esforços são interromper a transmissão e melhorar o controle da doença. Temos a vacina, e isso pode ser usado como uma das ferramentas de combate", enfatizou ele à Agência Brasil.