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Após Macron pedir suspensão do acordo UE-Mercosul, Brasil diz negociar 'com bloco, não com países'

© AP Photo / Jean-François BadiasBandeira da União Europeia (à esquerda) hasteada no Parlamento Europeu, em Estrasburgo, França, em 18 de abril de 2023
Bandeira da União Europeia (à esquerda) hasteada no Parlamento Europeu, em Estrasburgo, França, em 18 de abril de 2023 - Sputnik Brasil, 1920, 30.01.2024
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Nesta terça-feira (30), a Comissão Europeia disse que as condições para a conclusão do acordo entre União Europeia e Mercosul "não estão dadas". Parte brasileira do bloco sul-americano afirma que negociações continuam.
A afirmação foi dada após o presidente da França, Emmanuel Macron, ter pedido ao bloco europeu que interrompesse as negociações sobre a implementação da parceria, segundo o jornal O Globo.
De acordo com a mídia, na semana passada Macron contatou a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, solicitando o término das atuais negociações. Na noite de segunda-feira (29), um porta-voz da presidência francesa confirmou o pedido.

"O presidente expressou, em diversas ocasiões, sua oposição muito clara à conclusão do acordo a Von der Leyen. […] Entendemos que [Macron] deu instruções a seus negociadores para que coloquem fim às sessões de negociação que estavam em curso no Brasil e, em particular, à visita que a vice-presidente da Comissão Europeia [Vera Jourova] havia previsto em caso de conclusão", afirmou o porta-voz, acrescentando que o órgão europeu "entendeu que era impossível fechar" um acordo diante das condições atuais.

Depois da declaração, nesta terça-feira (30) a secretária de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços do Brasil, Tatiana Prazeres, afirmou que as tratativas para o acordo ocorrem no âmbito dos blocos, e não entre países.

"O Mercosul negocia com a Comissão [Europeia], não com Estados-membros. À luz do entendimento da última reunião do Mercosul, as negociações seguem no nível técnico. É difícil cravar uma data [para a conclusão da negociação]. Não faria isso aqui", afirmou Prazeres, citada pela mídia.

Não é a primeira vez que Macron se diz contra o acordo, mas este é o momento de maior pressão de agricultores franceses contra o governo, o que pode ter levado o presidente a sinalizar de forma mais incisiva sua rejeição.
Ontem (29) agricultores iniciaram o bloqueio de estradas ao redor de Paris, mobilizando ao menos mil tratores para interditar as sete principais vias que levam à capital francesa.
Entre o que é denunciado pela classe estão a queda de receita, as baixas aposentadorias, a complexidade administrativa, a inflação desatada por normas ambientais e a concorrência estrangeira, especialmente o acordo negociado entre a União Europeia e os países do Mercosul.
Quando se fala no acordo, a França sempre traz à tona a questão ambiental, dizendo que o Brasil não cumpriu metas específicas nessa área. No entanto, na visão de analistas e do próprio presidente Luiz Inácio Lula da Silva, os argumentos escondem um protecionismo francês, que não quer abrir seu mercado para o Mercosul.
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