MRE iraniano defende acordos com o Paquistão na luta contra o terrorismo em meio à reunião de Davos

Em reunião com o primeiro-ministro interino do Paquistão, Anwaar-ul-Haq Kakar, nesta terça-feira (16), o chanceler iraniano, Hossein Amir-Abdollahian, enfatizou a necessidade de implementar acordos entre os dois países na luta contra o terrorismo.

De acordo com o Ministério das Relações Exteriores da República Islâmica, o encontro ocorreu paralelamente ao Fórum Econômico Mundial (WEF, na sigla em inglês), em Davos:

“O chefe do aparato diplomático de nosso país agradeceu ao Paquistão por expressar simpatia em relação ao recente ataque terrorista em Golzar-e Shahada, em Kerman. Chamou a questão do combate ao terrorismo uma das questões importantes que atrai a atenção de ambos os países, e enfatizou a necessidade de monitorar a implementação de acordos anteriores nesta área", diz o comunicado.

A menção sobre o atentado diz respeito ao dia 3 de janeiro, na cidade de Kerman, no sudeste do Irã, 89 pessoas foram mortas em consequência de explosões durante um cortejo fúnebre relacionado com o quarto aniversário da morte do general do Corpo de Guardiões da Revolução Islâmica (IRGC, unidades de elite das Forças Armadas) do Irã, Qassem Soleimani.

O grupo IS (um grupo terrorista proibido na Federação da Rússia) assumiu a responsabilidade pelo ataque.

O IRGS anunciou mais cedo que realizou ataques na cidade de Erbil, capital do Curdistão iraquiano, na área do Consulado dos EUA e do aeroporto internacional e destruiu as bases de grupos terroristas anti-iranianos.

Também afirmou ter atacado com mísseis balísticos e drones a principal base do grupo Jaish al-Adl na província paquistanesa do Baluchistão, na fronteira com o Irã. Este foi o primeiro ataque com mísseis das forças armadas iranianas em território paquistanês. O grupo sunita Jaish al-Adl é considerado no Irã grupo terrorista, que luta contra o governo da República Islâmica, cuja maior parte da população é constituída por muçulmanos xiitas.

O MRE do Paquistão condenou o ataque ao seu território e informou que duas crianças foram mortas, alertando que a violação da soberania poderia ter consequências graves.

Em meados de dezembro do ano passado, ocorreu um ataque terrorista cometido pelo grupo Jaish al-Adl na região de Rask, na província do Sistão e do Baluchistão, sudeste do Irã, na fronteira com o Afeganistão e o Paquistão, em que pelo menos 12 agentes da polícia foram mortos e outros sete ficaram feridos.