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Hegemonia de 50 anos dos EUA no Oriente Médio está 'sendo desafiada agora', diz analista

© AP Photo / Marinha dos EUAO navio de assalto anfíbio USS Bataan (em primeiro plano) e o navio de desembarque USS Carter Hall viajam pelo mar Vermelho, em 8 de agosto de 2023
O navio de assalto anfíbio USS Bataan (em primeiro plano) e o navio de desembarque USS Carter Hall viajam pelo mar Vermelho, em 8 de agosto de 2023 - Sputnik Brasil, 1920, 05.01.2024
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Nos próximos anos, os EUA poderão enfrentar hostilidade e frustração por parte das pessoas no Oriente Médio, disse à Sputnik o antigo oficial de guerra psicológica do Exército dos EUA e analista de contraterrorismo do Departamento de Estado norte-americano, Scott Bennett.
Washington se prepara para uma possível nova guerra no Oriente Médio, um cenário que é "perigoso" para as "possibilidades de reeleição" do presidente dos EUA, Joe Biden, relata o Politico, citando fontes não identificadas.
De acordo com a apuração, os funcionários da Casa Branca estão ponderando a resposta dos EUA porque temem que ela possa se expandir da atual guerra em Gaza para "um conflito regional mais amplo e prolongado".

"Os EUA enfrentam agora uma maior deterioração em todo o Oriente Médio: o ataque terrorista em Kerman [no Irã], os ataques houthis em curso no mar Vermelho, os ataques na Beirute libanesa e outras ameaças para aumentar as tensões na região", disse Bennett.

Os EUA se encontram atualmente em uma situação em que a sua hegemonia de 50 anos no Oriente Médio está "sendo desafiada", explicou o analista.
Bennett acrescentou que ao longo dos últimos 20 anos os EUA "substituíram o intervencionismo militar pela diplomacia e, como resultado, ofenderam e condenaram ao ostracismo a maioria, se não a totalidade dos povos, nações e culturas do Oriente Médio".
Com os Estados Unidos da América prestando apoio total à guerra de Israel contra os palestinos em Gaza, "o ambiente se tornou agora tóxico", segundo Bennett.

"Consequentemente, estamos testemunhando a toxicidade desta relação que começa a levar os países do Oriente Médio a procurarem amizade e alianças com outras nações, como a Rússia e o seu consórcio de nações, o BRICS. Isto pode empurrar os EUA para certo grau de irracionalidade política, militar e econômica – se não histeria – que poderia se manifestar em ataques militares", observou o analista.

Ele sugeriu que os EUA poderiam tomar medidas contra o Iêmen, o Irã, Beirute, o Líbano e outros países que possam entrar no conflito de Gaza ao lado dos palestinos, dos iemenitas, dos iranianos e dos russos.
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Quando questionado sobre como os EUA poderão responder às atuais crises regionais, Bennett respondeu que os Estados Unidos "vão reagir com as suas cartas geopolíticas típicas, que são sanções econômicas contra o Iêmen, o Irã, o Líbano e qualquer país que esteja do lado deles".
Ele não descartou a possibilidade de os EUA desencadearem ataques com mísseis a partir dos "seus 46 navios de guerra nas proximidades do mar Vermelho contra alvos iemenitas e possivelmente contra o Irã; bem como alvos no Líbano e na Síria, que podem incluir alvos russos nas proximidades". Isto poderia desencadear um contra-ataque do Iêmen e do Irã que poderia resultar no naufrágio de muitos navios da Marinha dos EUA, bem como na destruição de bases norte-americanas no Iraque e no Catar, de acordo com o antigo oficial de guerra psicológica do Exército dos EUA.
Referindo-se à escalada em curso no Oriente Médio, o analista destacou que "o atual conflito israelo-palestino [...] se tornou um pesadelo para os EUA porque está alienando os povos árabes e muçulmanos nos Estados Unidos e na Europa e colocando em perigo alvos diplomáticos e militares norte-americanos nas proximidades."
"Além disso, o Ocidente está sendo considerado um criminoso de guerra e visto cada vez mais como um hipócrita por ajudar e encorajar crimes contra a humanidade através do seu apoio militar, econômico e político ao aparente genocídio do povo palestino por parte de Israel. Isto pode ser agravado pelas revelações de que Israel tem planejado esta operação e que, de fato, não foi simplesmente uma resposta a um ataque do Hamas", concluiu Bennett.
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