Brasil não permitirá uso de território para ação militar entre Venezuela e Guiana, diz Mucio

Nesta segunda-feira (11), o ministro da Defesa, José Mucio Monteiro, declarou que o líder venezuelano, Nicolás Maduro, não deve iniciar um confronto com a Guiana em relação ao território de Essequibo.

"Só tem chance de entrar pelo mar e colocar uma bandeira. […] O embate não acontecerá", disparou.

Ele enfatizou que tal confronto seria considerado um ato imprudente por parte de Maduro.

Mucio destacou que a Venezuela só poderia invadir a Guiana por via terrestre pelo território brasileiro, e afirmou categoricamente que isso não será tolerado sob nenhuma circunstância.

"A Venezuela só tem como invadir, pela via terrestre, passando pelo território brasileiro. Nós não vamos permitir isso em hipótese alguma", completou.

O caso

O Ministro da Defesa, José Mucio Monteiro, negou na última sexta-feira (8) que a situação na fronteira do Brasil com Venezuela e Guiana, ao norte do país, seja uma preocupação e informou que o governo federal "está atento" para não ser "instrumento de um incidente diplomático".

Múcio deu a declaração antes de se reunir com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), no Palácio da Alvorada, no fim desta tarde, quando tratou do tema, divulgou o jornal o Tempo.

Nas últimas semanas, a América do Sul está acompanhando a escalada de uma crise entre Venezuela e Guiana na disputa por Essequibo. A proximidade das fronteiras e o papel de liderança na região sul-americana deixaram o Brasil em uma posição delicada como mediador.

Na segunda-feira (4), após o resultado do referendo popular sobre o status de Essequibo, Maduro afirmou que a Venezuela vai "conseguir recuperar Essequibo". No entanto, emissários do governo brasileiro já avisaram que o Brasil não vai apoiar qualquer aventura na região.

Ontem (7), durante a Cúpula de chefes de Estado do Mercosul, Lula pediu "bom senso" a Caracas, acrescentando que o bloco "não pode ficar alheio" a essa questão.