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Veterano dos EUA ridiculariza afirmação do chefe do Pentágono sobre Rússia ser ameaça à Europa

© AP Photo / Olivier MatthysO secretário de Defesa dos EUA, Lloyd J. Austin III, fala durante uma conferência de imprensa após uma reunião de ministros da defesa da OTAN na sede da OTAN em Bruxelas
O secretário de Defesa dos EUA, Lloyd J. Austin III, fala durante uma conferência de imprensa após uma reunião de ministros da defesa da OTAN na sede da OTAN em Bruxelas - Sputnik Brasil, 1920, 10.12.2023
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Especialistas militares dos EUA questionam abertamente a motivação que leva o chefe do Pentágono, Lloyd Austin, a continuar apoiando os militares ucranianos, apesar dos fracassos de Kiev no campo de batalha.
A afirmação de 2 de dezembro do secretário de Defesa dos EUA, Lloyd Austin, de que a Rússia representa uma ameaça imediata para a Europa é absurda, de acordo com o tenente-coronel reformado Daniel L. Davis, membro sênior do Instituto Quincy para Política Responsável.
"[Austin] afirma que toda a Europa Ocidental e a Organização do Tratado do Atlântico Norte [OTAN] seriam 'diretamente ameaçadas' — este foi o termo que ele usou — se [Vladimir Putin] vencer ali e isso é um absurdo. Isso é simplesmente absurdo", disse Davis no podcast de Stephen Gardner. "Porque é que ele faria isso? [...] Tudo o que [Putin] fez, tudo o que disse nos últimos 15 anos, é que quer proteger as suas fronteiras. Historicamente, eles têm medo das incursões ocidentais porque a própria Rússia foi invadida muitas vezes ao longo de sua história pelo Ocidente."
Segundo Davis, é ridículo acreditar que a Rússia queira atacar o Ocidente ou recriar a União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS), sublinhando que Austin é "dissimulado ou não sabe do que está falando".
De acordo com Austin, "a Ucrânia é profundamente importante para a América e para o mundo inteiro. E é importante por quatro razões principais".
"Em primeiro lugar, a guerra de Putin representa uma ameaça total e direta à segurança na Europa e no resto do mundo", afirmou o chefe do Pentágono no Fórum de Defesa Nacional Reagan.
O presidente ucraniano, Vladimir Zelensky, aperta a mão de um militar durante sua visita à a região de Carcóvia em 30 de novembro de 2023 - Sputnik Brasil, 1920, 09.12.2023
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A segunda razão, argumentou Austin, é que a operação militar especial da Rússia é "um claro desafio para os aliados [dos EUA] da OTAN". A terceira é que as ações de Moscou são um ataque aos "valores democráticos e à decência". Finalmente, a operação especial da Rússia é um "ataque frontal à ordem internacional baseada em regras", segundo ele.
Mas isso não é tudo. No início desta semana, o ex-apresentador da Fox News, Tucker Carlson, disse em seu podcast que Austin supostamente ameaçou enviar "tios, primos e filhos dos legisladores para lutar contra a Rússia" se a ajuda à Ucrânia não fosse aprovada.
Comentando a alegada ameaça, Davis destacou que, segundo a Constituição dos EUA, o chefe do Pentágono não tem autoridade para enviar quaisquer tropas de combate para a Ucrânia. Além do mais, qualquer confronto direto com a Rússia sobre a Ucrânia não é do interesse nacional dos EUA, enfatizou o tenente-coronel reformado. "Não há nada nessa guerra [...] a guerra é militarmente invencível. Temos dito isso desde o início desta guerra." O especialista militar disse que tudo o que aconteceu no terreno desde o início da contraofensiva de verão (Hemisfério Norte) de Kiev validou a sua suposição.

"Por que, então, quereríamos reforçar o fracasso e depois tentar aprofundá-lo e possivelmente sermos sugados para uma guerra com a Rússia, que possui armas nucleares?", perguntou o veterano norte-americano, acrescentando que é muito preocupante que Washington nem sequer pense neste risco.

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As recentes observações de Austin vieram na sequência do fracasso dos legisladores dos EUA em aprovar um novo pacote de ajuda para a Ucrânia devido a divisões partidárias. Os democratas querem aprovar o projeto de lei tal como está, enquanto os republicanos insistem que as reformas na fronteira mexicana sejam incluídas na legislação.
O presidente norte-americano Joe Biden também instou os legisladores dos EUA a aprovarem a assistência à Ucrânia, alegando que a economia e a segurança dos EUA se beneficiariam com isso. Ele até os avisou que se não apoiassem Kiev, dariam "a Putin o maior presente que ele poderia esperar".
Poucas horas depois do discurso do presidente, os republicanos do Senado votaram contra o projeto de lei devido à falta de disposições em relação à fronteira sul dos EUA. A câmara alta, controlada pelos democratas, não conseguiu atingir o limite de 60 votos para aprovar a proposta sem consideração.
Alguns observadores políticos suspeitam que o Congresso dos EUA não vai aprovar o projeto de lei de ajuda antes do final do ano, uma vez que os membros do Congresso provavelmente vão deixar o Capitólio para as férias de inverno dia 14 de dezembro, semana em que a assistência à Ucrânia deste ano estaria completamente esgotada.
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