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Maduro dialoga com Lula e ONU para manter América Latina e Caribe como uma zona de paz

© Foto / Divulgação / Presidência da VenezuelaO presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, discursa durante a COP27
O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, discursa durante a COP27 - Sputnik Brasil, 1920, 09.12.2023
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O Ministério das Relações Exteriores da Venezuela informou neste sábado (9) que, em diálogos com o presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), e o primeiro-ministro de São Vicente e Granadinas, Ralph Gonsalves, se propôs à criação de uma mesa para "manter América Latina e Caribe como uma zona de paz, sem interferência de atores externos".
O líder venezuelano, Nicolás Maduro, se encontrará o presidente da Guiana, Irfaan Ali, na próxima quinta-feira (14) em reunião em São Vicente e Granadinas, para a qual Lula também foi convidado a fim de debater a disputa territorial por Essequibo, região rica em petróleo.
A diplomacia da Venezuela anunciou que recebeu proposta de realizar reunião de alto escalão com a República Cooperativa de Guiana. O país afirmou que "assume essa convocação com satisfação e compromisso".
Além disso, Caracas divulgou que as conversações bilaterais invocaram os princípios da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (CELAC).
Em seu diálogo com os líderes brasileiro e granadino, Maduro "ratificou a posição histórica sobre os inquestionáveis direitos soberanos da Venezuela sobre a Guiana Essequiba, assim como a natureza legítima e pacífica de nossa reivindicação, que tem sido estritamente aderente às disposições do Acordo de Genebra de 1966, e aos princípios e valores que inspiram nossa diplomacia bolivariana de paz".
O presidente venezuelano também abordou o tema com o secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, que confirmou que o órgão buscará incentivar diálogo direto entre as partes.
O comunicado venezuelano foi emitido em um momento em que, após a realização de um referendo, a maioria da população do país caribenho, consultada sobre o assunto, exige a soberania de Caracas sobre o território da Guiana Essequiba, atualmente sob domínio do vizinho anglo-saxão, Guiana.
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Neste contexto, Maduro acusou interesses estrangeiros, incluindo o governo dos Estados Unidos e empresas petrolíferas desse país, de instrumentalizar a posição da Guiana para explorar as riquezas de hidrocarbonetos na área em disputa.
Na mesma linha, a embaixada dos EUA em Georgetown informou que, em 7 de dezembro, conduziu operações aéreas em torno do território do país sul-americano de língua inglesa "para aprimorar a colaboração em segurança entre os Estados Unidos e a Guiana, e fortalecer a cooperação regional".
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Há mais de 100 anos, Venezuela e Guiana mantêm disputa sobre a soberania da região, que abrange cerca de 160 mil quilômetros quadrados a oeste do rio homônimo e tem grandes reservas de petróleo.
Em 1966, ambas as nações assinaram acordo para buscar uma solução pacífica para essa disputa, mas a Guiana apresentou, em 2018, uma demanda à Corte Internacional de Justiça (CIJ), na qual pede ao tribunal que valide legalmente a sentença arbitral de 1899, que concede controle absoluto sobre o território.

Diálogos entre Guiana e Venezuela

O presidente da Guiana, Irfaan Ali, disse neste sábado (9) que não descarta dialogar sobre Essequibo com o homólogo venezuelano, Nicolás Maduro, conforme divulgou o portal g1.
A declaração foi feita poucas horas após Maduro dizer ser necessário "sentar e conversar", o que aconteceu após o contato com Lula. Os brasileiros são vistos de forma quase unânime como possíveis mediadores das tensões.
"A Guiana e a ExxonMobil terão de sentar e conversar conosco, o governo da República Bolivariana da Venezuela. De coração e alma, queremos paz e compreensão. Certamente, tudo! Vamos ouvir o mundo, com o acordo de Genebra", publicou o líder venezuelano em suas redes sociais.
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