Representante dos EUA: Taiwan não deve conseguir acordo de livre comércio 'muito abrangente' conosco

A representante comercial dos Estados Unidos reconhece o progresso nas negociações dos termos comerciais com Taiwan, mas exclui um acordo "com liberalização máxima e agressiva".

Taiwan não obterá um acordo de livre comércio com novo acesso ao mercado ou tarifas reduzidas, declarou na quinta-feira (7) a representante comercial dos EUA.

"Você está se referindo ao tipo tradicional de abordagem dos Estados Unidos para um acordo muito, muito abrangente, com liberalização máxima e agressiva?", respondeu a Katherine Tai, quando questionada sobre a finalização de um acordo de livre comércio com Taiwan durante um evento organizado pelo Instituto Aspen em Washington.

"Não estamos fazendo isso com ninguém no momento", respondeu ela.

A mensagem foi enviada apenas dias depois que John Deng, o principal negociador comercial de Taiwan, declarou o desejo de ampliar o pacto comercial inicial das duas partes para algo mais parecido com um tratado de livre comércio. Ele revelou que Taiwan estava em conversa com os Estados Unidos para expandir um acordo comercial que os dois lados alcançaram em junho.

"Um objetivo é expandir a cobertura, mais tópicos como agricultura, trabalho", disse Deng.

"O segundo é a questão do acesso ao mercado, ou seja, as tarifas. Esperamos que um dia o governo dos EUA esteja pronto para conversar sobre tarifas" e sua redução, continuou ele.

Tai respondeu que o tipo de acordo que Taiwan buscava "pode ter sido adequado para os anos 80 e 90", mas que agora são necessárias novas políticas comerciais "inovadoras", pois os Estados Unidos agora estão lidando com tensões geopolíticas "diferentes" em uma "escala diferente, com parceiros diferentes".

O pacto existente, conhecido como Iniciativa EUA-Taiwan sobre o Comércio do Século XXI, não aborda o acesso ao mercado ou a redução de tarifas, mas tem como objetivo facilitar os trâmites alfandegários e de processamento de mercadorias, combater a corrupção e ajudar as pequenas e médias empresas.

Tai também afirmou na quinta-feira (7) que houve um "excelente progresso" nas negociações, e que os EUA "continuarão a buscar a construção desses acordos para ter um arranjo com a economia de Taiwan que seja adequado aos tempos atuais", que ela descreveu como "desafiadores".