Taiwan vai finalizar atualização de 140 caças F-16 norte-americanos até o final do ano, diz mídia

Taiwan está prestes a terminar a atualização de 140 caças F-16 fabricados nos Estados Unidos em sua frota até o final de dezembro, sem novos testes de voo programados, informou a mídia da ilha chinesa nesta segunda-feira (4), citando uma fonte militar.

De acordo com a agência de notícias taiwanesa CNA, a última aeronave F-16V modernizada já passou nos testes de voo, enquanto a Corporação de Desenvolvimento Industrial Aeroespacial (AIDC, na sigla em inglês), de Taiwan, e a gigante de armas norte-americana Lockheed Martin prosseguem com as modificações.

"Todas as modificações deverão ser concluídas até o final deste mês", disse a fonte.

O projeto de modernização de 140 aviões de combate F-16A e F-16B fabricados nos EUA para F-16 Block 20 para a Força Aérea de Taiwan está estimado em US$ 4,45 bilhões (cerca de R$ 22,02 bilhões) e é financiado pela AIDC e pela Lockheed Martin. Além disso, Taiwan adquiriu 66 novos caças F-16V Block 70 dos Estados Unidos.

No final de novembro, uma matéria da Bloomberg citou um grupo de legisladores republicanos dos EUA dizendo que dois programas de caças F-16 para Taiwan corriam um risco considerável de ficar para trás. A situação piorou devido às crescentes questões de que os Estados Unidos poderiam ampliar excessivamente sua capacidade de fornecer ajuda à Ucrânia, Israel e Taiwan ao mesmo tempo.

Taiwan é governada de forma independente da China continental desde 1949. Pequim considera a ilha sua província, enquanto Taiwan afirma ser uma entidade autônoma, mas não chega a declarar independência. Pequim se opõe a quaisquer contatos estrangeiros oficiais com Taipé e considera a soberania chinesa sobre a ilha indiscutível, assim como a maior parte da comunidade internacional.

Os Estados Unidos, embora reconheçam o princípio de uma só China, ou seja, a soberania chinesa sobre Taiwan, vêm adotando uma série de medidas em relação à ilha que violariam esse princípio. A ajuda militar é uma delas.

A última escalada em torno de Taiwan ocorreu em abril, depois que o presidente taiwanês, Tsai Ing-wen, se reuniu com o então presidente da Câmara dos EUA, Kevin McCarthy, nos Estados Unidos. Pequim respondeu lançando enormes exercícios militares de três dias perto da ilha, no que chamou de alerta aos independentistas taiwaneses e às potências estrangeiras.

Em agosto e setembro, as Forças Armadas de Taiwan relataram vários avistamentos de patrulhas navais e aéreas chinesas nas proximidades da ilha. Em 18 de setembro, as autoridades locais relataram um recorde de 103 aeronaves chinesas vistas perto da ilha em um dia.