'Ameaça à segurança turca': Erdogan eleva tom de suspeita contra programa nuclear de Israel

A Turquia tomará iniciativas junto ao Conselho de Segurança das Nações Unidas (CSNU) e à Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) sobre a posse de uma bomba atômica por Israel por ser uma ameaça à segurança turca, disse nesta quarta-feira (22) o presidente turco Recep Tayyip Erdogan.

Anteriormente, Erdogan acusou o CSNU e AIEA de inação após "reconhecimento israelense" de possuir armas nucleares.

"Israel possui uma bomba nuclear, nós nos queixamos às autoridades competentes e continuamos a fazê-lo", afirmou o líder turco.

"Tomaremos iniciativas tanto no Conselho de Segurança da ONU quanto na Agência Internacional de Energia Atômica sobre essa questão, que ameaça a segurança de toda a região, incluindo a Turquia", destacou Erdogan, citado pelo jornal Hurriyet.

Além disso, o presidente turco conclamou os países com "bolsos fundos" a ajudarem o fundo de reconstrução de Gaza, criado durante as reuniões de emergência da Liga Árabe e da Organização de Cooperação Islâmica, realizadas na semana passada em Riad.

"Faremos o nosso melhor para recuperar Gaza. Sim, também faço um apelo àqueles que têm bolsos fundos, pois eles também devem colocar as mãos nos bolsos e ajudar Gaza", ressaltou Erdogan.

"Não podemos e não vamos tolerar a política do Estado de Israel, que está se expandindo por meio de ocupações contínuas, usurpação de terras e massacres dos oprimidos para tornar Gaza deserta", explicou o líder turco.

Em 7 de setembro, o Hamas lançou um ataque sem precedentes contra Israel a partir da Faixa de Gaza. O Exército israelense relatou mais de três mil foguetes disparados do enclave e a incursão de dezenas de palestinos armados nas áreas da fronteira sul de Israel. Civis e militares israelenses foram tomados como reféns pelo Hamas e levados para Gaza.

O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, disse que Israel está em estado de guerra e ordenou uma convocação recorde de 360 mil reservistas.