Gazprom confirma que países europeus seguem importando gás russo

Apesar da recusa pública do gás russo, ele segue fluindo para países europeus, e em quantidades significantes, de acordo com o CEO da corporação estatal russa.

Os países europeus, que proclamaram sua recusa ao gás russo, continuam a recebê-lo, disse Aleksei Miller, CEO da corporação estatal russa Gazprom, em declarações ao canal russo Rossiya 1.

"Não gostaria de mencionar nenhum número porque as moléculas do gasoduto não têm cor nacional", disse ele, em resposta a uma pergunta sobre a porcentagem de gás russo que a Europa recebe.

Miller deixou claro que as entregas seguem acontecendo em quantidades significantes.

"O presidente da Federação da Rússia, Vladimir Putin, deu muito recentemente o exemplo de um centro na Áustria, Baumgarten. Atualmente, estamos fornecendo gás para Baumgarten, que é um grande centro europeu a partir do qual o gás é fornecido para outros países da União Europeia", acrescentou ele.

Vários países europeus perderam, parcial ou totalmente, o gás da Gazprom em 2022. A Gazprom cortou ou interrompeu o fornecimento para a Bulgária, Polônia, Finlândia, Países Baixos, Alemanha e Dinamarca, alegando principalmente o não cumprimento de um decreto presidencial sobre o pagamento em rublos, ou outros motivos técnicos.

Meses depois, foram interrompidas as entregas ao longo da rota principal por meio do Nord Stream (Corrente do Norte). O bombeamento pela rota belarrussa de Yamal-Europa também foi interrompido, enquanto a via ucraniana também sofreu um declínio significativo.

Como resultado, o gás de gasoduto russo agora é fornecido à Europa por meio de um dos dois pontos de entrada do sistema de transporte de gás ucraniano e pela Turquia, onde chega via o TurkStream.

Atentado contra os gasodutos Nord Stream

Em 26 de setembro de 2022, três das quatro linhas dos gasodutos russos Nord Stream 1 e 2 foram alvo de sabotagem com cargas explosivas no fundo do mar Báltico, perto de uma ilha dinamarquesa, na costa sueca, áreas sob o controle da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN).

Em 8 de Fevereiro, o jornalista americano Seymour Hersh, vencedor do Prêmio Pulitzer, afirmou que mergulhadores militares dos EUA colocaram cargas explosivas sob gasodutos russos, durante os exercícios da OTAN, em meados de 2022, que foram então ativados pelos noruegueses.

Hoje (11), o coronel ucraniano Roman Chervinsky foi apontado como responsável por coordenar a sabotagem aos oleodutos Nord Sream, de acordo com publicação de jornal dos Estados Unidos feita neste sábado (11).

Autoridades ucranianas e europeias, bem como outras pessoas familiarizadas com os detalhes da operação afirmaram isso, conforme publicou o Washington Post.

O jornal, que atribui Chervinsky como um oficial militar ucraniano de alto escalão com laços estreitos com a inteligência do país, informou que o coronel supostamente desempenhou um papel fundamental no ataque aos gasodutos Nord Stream no ano passado, com apoio de outras pessoas.