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ONU: agência de refugiados sofre saques em armazéns por 'palestinos desesperados por alimentos'

© AP Photo / Hatem MoussaPalestinos evacuam sobreviventes após bombardeio israelense em Deir al-Balah. Faixa de Gaza, 22 de outubro de 2023
Palestinos evacuam sobreviventes após bombardeio israelense em Deir al-Balah. Faixa de Gaza, 22 de outubro de 2023 - Sputnik Brasil, 1920, 30.10.2023
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Durante reunião de emergência na ONU, o comissário-geral da Agência das Nações Unidas para os Refugiados Palestinos, Philippe Lazzarini, declarou nesta segunda-feira (30) que uma "trégua imediata tornou-se uma questão de vida ou morte para milhões de pessoas". Para o dirigente, Israel aplica uma "punição coletiva" aos palestinos.
Mesmo com o início da chegada da ajuda humanitária há pouco mais de uma semana, a entrada de 150 caminhões com alimentos e remédios até o momento é insuficiente. Segundo Lazzarini disse à AFP, já são registrados saques em armazéns da agência por "palestinos desesperados por alimentos". Com isso, a atuação da maior agência da ONU em Gaza ficará "extremamente difícil ou mesmo impossível".
O órgão apresentou ao Conselho de Segurança da ONU, juntamente com o Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF), relatórios sobre o quadro sombrio da situação humanitária em Gaza, que convive com bombardeios diários há 23 dias. Conforme o Ministério da Saúde da Palestina, mais de 8,3 mil pessoas morreram no território por conta da guerra, sendo 63% mulheres e crianças.
Já a diretora-executiva do UNICEF, Catherine Russell, disse que o número de vítimas inclui mais de 3.200 crianças mortas e pelo menos outras 6.300 feridas.
"Isso significa que mais de 420 crianças são mortas ou feridas todos os dias em Gaza, um número que deveria nos abalar profundamente", declarou ela.
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Israel também foi criticado por interromper o fornecimento de alimentos, água, combustível e medicamentos a Gaza, além de cortar as comunicações e até a energia elétrica durante vários dias.
Lazzarini disse que o comboio que entrou em Gaza a partir da fronteira de Rafah com o Egito nos últimos dias "não são nada comparado com as necessidades de quase 2,3 milhões de pessoas presas em Gaza".
"O atual sistema para levar ajuda a Gaza está condenado ao fracasso", observou ele, "a menos que haja vontade política para um fluxo significativo de fornecimentos proporcional às necessidades humanitárias sem precedentes".

'Não há um lugar seguro'

O comissário-geral alegou ainda que não há um único lugar seguro em Gaza e alertou que haverá um colapso dos serviços básicos. As ruas também começaram a ficar tomadas por "esgoto, o que em breve causará um risco sanitário em grande escala".
Já a embaixadora dos EUA na ONU, Linda Thomas-Greenfield, pediu a "libertação imediata e incondicional de todos os reféns", além de atender as necessidades humanitárias em Gaza. Porém, a embaixadora ratificou que Israel tem o direito de se defender do terrorismo. Segundo o país, há pelo menos 220 pessoas detidas desde o dia 7 de outubro.
"Isso significa que o Hamas não deve usar os palestinos como escudos humanos, um ato impensável de crueldade e uma violação das leis da guerra", afirmou a embaixadora.
Depois que o Conselho de Segurança rejeitou quatro propostas de resolução – entre elas a brasileira, que foi apoiada por 12 membros, mas vetada pelos Estados Unidos – as nações árabes recorreram à Assembleia Geral na sexta-feira (27), onde não há veto. O texto da Jordânia foi aprovado na entidade e pedia um cessar-fogo imediato, o que foi rejeitado por Israel. Dos 193 membros, a resolução foi apoiada por 120 países e teve 14 votos contrários, além de 45 abstenções.
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