Lula diz que Netanyahu 'quer acabar com Gaza' e reforça que Brasil segue cartilha da ONU sobre Hamas

Para o mandatário brasileiro, premiê israelense se esquece de que o território palestino não abriga apenas soldados do Hamas, mas também mulheres e crianças, "que são as grandes vítimas desta guerra".

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse nesta sexta-feira (27) que o primeiro-ministro, Benjamin Netanyahu, "quer acabar com a Faixa de Gaza".

Lula também fez questão de pontuar que o Brasil não considera o Hamas terrorista, mas sim a ação do grupo em 7 de outubro, quando entrou em território israelense e matou 1.400 pessoas, além de ter feito centenas de reféns.

O chefe do Executivo lembrou aos jornalistas, com quem se encontrou no Palácio do Planalto hoje (27) para um café da manhã, que o país reconhece o que o Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) reconhece, e o órgão não classifica o Hamas como terrorista.

"Não queria que a imprensa brasileira tivesse dúvidas sobre o comportamento do Brasil. Ele só reconhece como organização terrorista aquilo que o Conselho de Segurança da ONU reconhece. E o Hamas não é reconhecido pelo Conselho de Segurança da ONU como uma organização terrorista porque disputou eleições da Faixa de Gaza e ganhou. O que é que nós dissemos? Que o ato do Hamas foi terrorista", afirmou o presidente citado pela Folha de S.Paulo.

O presidente já havia manifestado sua indignação com o que acontece na Faixa de Gaza, e na terça-feira (24) chegou a dizer que a ONU e os Estados Unidos poderiam interferir mais no conflito; entretanto, "optam pela guerra".

"Não é porque o Hamas cometeu um ato terrorista contra Israel que o país tem que matar milhões de inocentes. Não é possível que as pessoas não tenham sensibilidade. Não é possível. Se a ONU tivesse força, […] poderia ter uma interferência maior. Os Estados Unidos poderiam ter uma interferência maior. Mas as pessoas não querem, as pessoas querem guerra", disse Lula conforme noticiado.

Também hoje (27), a Embaixada do Brasil na Palestina disse que perdeu o contato momentâneo com os brasileiros que aguardam para deixar a Faixa de Gaza, segundo o jornal O Globo.

Após fortes bombardeios israelenses, toda a rede de serviços de Internet e telefonia foram cortados, e Gaza está incomunicável com o resto do mundo. O embaixador, Alessandro Candeas, afirmou: "Estamos sem conseguir contatá-los. Estamos tentando, só dá fora de área."