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Brasil critica EUA na ONU de forma velada; Lula diz que resolução não aprovada foi 'loucura do veto'

© AFP 2023 / Timothy A ClaryAssembleia Geral da ONU durante votação a favor de uma "trégua humanitária imediata" em Gaza, no 21º dia das hostilidades entre Israel e Hamas. Nova York, EUA, 27 de outubro de 2023
Assembleia Geral da ONU durante votação a favor de uma trégua humanitária imediata em Gaza, no 21º dia das hostilidades entre Israel e Hamas. Nova York, EUA, 27 de outubro de 2023 - Sputnik Brasil, 1920, 27.10.2023
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O governo brasileiro criticou discretamente o veto dos Estados Unidos ao projeto de resolução apresentado pelo Brasil no Conselho de Segurança na semana passada, e alertou que o momento é "decisivo" para as Nações Unidas.
Em um discurso feito momentos antes da aprovação de uma resolução nesta sexta-feira (27), o embaixador do Brasil na Organização das Nações Unidas (ONU), Sérgio Danese, disse que os diplomatas "trabalharam incansavelmente de maneira inclusiva e construtiva, com diligência e senso de dever, com todas as delegações dispostas a se envolver com nossa proposta […], [o texto] estava solidamente enraizado no direito internacional humanitário […] e fundamentalmente comprometido com o imperativo humanitário".

"Não nos esquivamos das negociações e deliberações sobre as propostas que foram apresentadas por outros membros do Conselho de Segurança. Ainda acreditamos que nossa primeira versão poderia ter sido o melhor resultado possível para o Conselho quando a apresentamos. Ainda acreditamos que aquele texto poderia ter sido a melhor resposta", afirmou o embaixador, citado pelo UOL.

Danese continuou o discurso afirmando que "nossa resposta coletiva a essa crise, que todos tememos e que só se agravará se nada for feito, será um momento decisivo para a ONU. Ela mostrará se a ONU pode levar a sério a prevenção, o fim ou, pelo menos, a mitigação dos horrores da guerra […]. Esta assembleia e o Conselho de Segurança devem agir de forma decisiva. O mundo está nos observando. E isso não é retórica", alertou.
Na semana passada, a resolução brasileira somou 12 votos de apoio e 2 abstenções (Rússia e Reino Unido). Com o resultado, o texto poderia ter sido aprovado, mas o poder de veto dos EUA fez com que o documento fosse declinado.
Bombardeios em Gaza na noite de 27 de outubro de 2023 - Sputnik Brasil, 1920, 27.10.2023
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Israel corta todo o acesso a Internet e telefonia em Gaza enquanto bombardeia região
Nesta sexta-feira (27), em entrevista a jornalistas no Palácio do Planalto, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva rebateu o fato de ter sido dito que o texto costurado pelo Brasil "foi rejeitado", quando na verdade teve mais votos do que o esperado, mas "a loucura do poder de veto" fez com que o texto caísse.
"Eu vi uma manchete aqui no jornal dizendo: a proposta do Brasil foi rejeitada. Não é verdade, é mentira. Não foi rejeitada. Tinha 15 votos em jogo, ela teve 12, 2 abstenções e 1 contra. Como ela pode ter sido rejeitada? Ela foi vetada por causa de uma loucura, que é o poder de veto concedido aos cinco países titulares do conselho, que eu sou totalmente, radicalmente contra. Isso não é democrático", afirmou o presidente, segundo a mídia.
Lula tem feito pressão pública por um cessar-fogo para a retirada de civis de áreas de conflito. O governo negocia há dias a saída de um grupo de brasileiros de Gaza pela fronteira com o Egito, no entanto a embaixada brasileira perdeu contato com eles hoje (27) devido aos bombardeios israelenses às redes de Internet e telefonia.

"Nós vamos tentar buscar todos [os brasileiros]. Porque esse é o papel do governo brasileiro. Se eu tiver informação, 'Olha, Lula, tem um presidente de tal país que é amigo do Hamas', é pra esse que eu vou ligar: 'Ô cara, fala pro Hamas libertar o refém, fala pro cara libertar o refém, pra que ficar com o inocente detido?'", disse o presidente.

Também hoje (27) a Assembleia Geral da ONU aprovou a resolução de armistício imediato na zona de conflito entre Palestina e Israel. No entanto Estados Unidos e Israel foram contra, buscando uma condenação mais explícita ao Hamas.
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