Premiê da Itália pede 100 mil euros a autores que forjaram vídeo íntimo com inteligência artificial

A Justiça da Itália voltou a ouvir nesta quarta-feira (25) duas pessoas acusadas de difamação contra a atual primeira-ministra do país, Giorgia Meloni. A informação foi divulgada pelo jornal italiano II Mattino. Os suspeitos teriam forjado um vídeo pornográfico da premiê através do uso de inteligência artificial (IA) em 2020.

Por conta do crime, que aconteceu na cidade de Sassari, na Sardenha, a primeira-ministra ainda pediu uma indenização de 100 mil euros (R$ 530 mil) contra a dupla, que tem 40 e 73 anos. Foi usado um programa de IA para substituir rostos em um vídeo íntimo, com um grande número de fotografias da primeira-ministra.

O caso aconteceu quando a líder da extrema direita ocupava um cargo no Parlamento. O partido de Meloni, Fratelli d'Italia (Irmãos da Itália, em tradução livre) surpreendeu ao vencer as eleições gerais em setembro do ano passado, através de uma coalização que incluiu os partidos dos ex-primeiros-ministros Silvio Berlusconi e Matteo Salvini. Com isso, Giorgia Meloni foi empossada primeira-ministra em outubro de 2022.

"O pedido pretende ser uma mensagem dirigida a todas as mulheres vítimas deste tipo de abuso para que não tenham medo de denunciar", disse a advogada da política ao jornal italiano Maria Giulia Marongiu.

A indenização será enviada para um fundo de proteção às mulheres vítimas de violência. "O valor é simbólico e visa contribuir para a proteção das mulheres que, muitas vezes sem saber, são alvos desse tipo de crime", acrescentou.

Advogado pede que idoso não seja julgado

De acordo com a polícia da Sardenha, o suspeito de produzir o vídeo é o homem de 40 anos e o pai está sendo processado por ser proprietário da linha de Internet usada para o crime.

O advogado de defesa, Maurizio Serra, pediu que o idoso não fosse levado a julgamento, o que ainda será definido pela Justiça. A primeira audiência sobre o caso aconteceu em 19 de março.