Comandante ucraniano reconhece que Exército da Rússia tem 'vantagem significativa' no uso de drones

O comandante da unidade que gerencia os ataques por drones das Forças Armadas da Ucrânia, Yuri Fedorenko, admitiu que os militares russos possuem vantagem significativa em termos de quantidade e uso desses equipamentos FPV na linha de frente. São drones capazes de transmitir vídeo, recurso que os militares ucranianos não possuem.

"Vários tipos de dispositivos são fabricados pelo complexo militar-industrial para ações de reconhecimento, ataque e muitas outras modificações, e o inimigo tenta fornecê-los em quantidade suficiente na linha de frente. Sempre há a presença de drones russos no ar", disse Fedorenko em entrevista ao canal de televisão Espreso TV.

O militar também acrescentou que um grupo de soldados russos pode usar 50 drones do tipo por dia, enquanto o Exército ucraniano não tem esse número. Além disso, Fedorenko lembrou que os equipamentos russos podem voar em modo de espera "enquanto a bateria durar" e também sem ter um alvo específico.

Segundo ele, as forças ucranianas precisam usar outro drone de reconhecimento adicional para rastrear o alvo.

"Quando a carga do drone acaba, ele cai e espera até que um veículo ou outra fonte de energia apareça", resumiu.

Em agosto, o ex-ministro da Defesa da Ucrânia, Aleksei Reznikov, disse que o país teria à disposição mais de 20 modelos de drones de produção local. Já no mês seguinte, ele previu um "boom na produção" de diferentes equipamentos no país. Já o chefe das comunicações especiais, Yuri Shchyhol, alegou que em março seria alocado um orçamento adicional de US$ 867 milhões (R$ 4,3 bilhões) para a compra de drones para o Exército.

Perda de milhares de soldados

O conselheiro do chefe da República Popular de Donetsk (RPD), Yan Gagin, contou à Sputnik que o Exército ucraniano sofreu milhares de baixas nas últimas duas ou três semanas.

"Desde o início das operações ativas do nosso lado, há duas ou três semanas, o adversário perdeu um número bastante grande de pessoas — esse número é medido em milhares. E se falarmos sobre a perda de equipamentos, já ascende a centenas. Isso é bastante", declarou.

Gagin ainda acrescentou que as Forças Armadas do país estão ficando sem armas estrangeiras.

"E, sem uma nova ajuda militar, é claro que a Ucrânia não prevalecerá em nenhum caso. Nós compreendemos isso. E eles entendem; é por isso que Kiev está novamente preocupada em chamar a atenção para si própria […], a fim de continuar a receber armas e dinheiro para a guerra novamente", relatou.