Acordo de parceria abrangente entre Rússia e Irã tem 85% das cláusulas já acordadas

Pelo menos 85% das questões relacionadas ao novo tratado de parceria estratégica entre a Rússia e o Irã já foram acordadas entre os dois países. É o que revelou o ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, nesta segunda-feira (23).

"A preparação de um novo tratado amplo está em estágio avançado. Eu diria que 85% já foram acordados, ainda existem algumas questões específicas em que está ocorrendo um processo ativo de negociação", contou, após uma reunião ministerial em Teerã, capital do Irã.

Segundo o ministro, não há uma data-limite para a finalização do acordo. "Não serei tendencioso em termos de prazos. Para nós sempre foi mais importante não ter prazos artificiais, mas sim o resultado. E é assim neste caso", acrescentou. Lavrov também se reuniu com o presidente iraniano, Ebrahim Raisi.

Desde o início da operação militar especial russa na Ucrânia, as relações entre Rússia e Irã se intensificaram, tanto na área econômica quanto na de segurança regional. O tratado em discussão quer fortalecer a cooperação dos russos na região e inclui Armênia, Belarus, Cazaquistão e Quirguistão, estendendo-se da Europa Oriental até a China Ocidental.

Rota comercial Norte-Sul

Em maio, Rússia e Irã assinaram um acordo para a criação do Corredor Norte-Sul, uma rede de mais de 7,2 mil quilômetros de rotas marítimas e terrestres que permitirá a circulação de mercadorias russas pelo oceano Índico. Durante a assinatura, o tratado foi considerado "uma etapa estratégica da cooperação" entre os dois países.

Diante da importância do ato, participaram da cerimônia os presidentes Vladimir Putin e Ebrahim Raisi.

Também ficou acordado o início da construção de uma linha ferroviária de 164 quilômetros na região nordeste do Irã, que vai ligar a cidade de Astara, no mar Cáspio, à fronteira com o Azerbaijão.

"Essa artéria única de transporte Norte-Sul, da qual fará parte a rota ferroviária Rasht-Astara, contribuirá para diversificar consideravelmente os fluxos de transporte internacional", disse o presidente russo à época.