Rejeição do gás da Rússia 'leva à desindustrialização da Alemanha', aponta deputado alemão

A economia da Alemanha está sendo duramente atingida pelo desacoplamento do gás russo, que é rentável e amigo do ambiente, de acordo com um legislador do país europeu.

O tubo do gasoduto Nord Stream 2 (Corrente do Norte 2) que sobreviveu à explosão em 2022 deve ser colocado em operação para retomar as importações de gás da Rússia, recomendou um deputado parlamentar alemão.

Os gasodutos Nord Stream 1 (Corrente do Norte 1) e Nord Stream 2 (Corrente do Norte 2), construídos para fornecer gás sob o mar Báltico da Rússia para a Alemanha, foram atingidos por explosões em setembro de 2022. A Nord Stream AG, a operadora do gasoduto, explicou que era impossível estimar o tempo que os reparos poderiam levar. A Alemanha, a Dinamarca e a Suécia deixaram a Rússia de fora de suas investigações sobre os ataques, o que levou Moscou a iniciar seu próprio estudo.

Steffen Kotre, um legislador da AfD (Alternativa para a Alemanha, na sigla em alemão), que também é membro do comitê parlamentar alemão sobre energia e proteção climática, disse no sábado (22) que seguir a narrativa promovida pelos EUA e adotada pela UE de abandonar a energia russa foi um erro grave.

"O aumento dos preços do gás leva à desindustrialização da Alemanha. Para garantir a competitividade, a Alemanha deveria concordar em comprar gás por meio do tubo sobrevivente do gasoduto Nord Stream", disse Kotre.

Ele acrescentou que "o que deixa o chanceler [Olaf Scholz] feliz é devastador para empresas e consumidores privados", depois que o líder alemão aplaudiu os esforços da Alemanha em reduzir a dependência da energia russa, apesar dos custos associados com isso.

"O gás russo é rentável e amigo do ambiente, o que não é o caso de nossos suprimentos atuais, principalmente o gás natural liquefeito dos EUA. A Alemanha paga de três a quatro vezes mais por esses suprimentos, mas o gás dos EUA produzido pelo método de fracking não atende aos nossos padrões ambientais", criticou.