Tentativa de banir Igreja Ortodoxa Ucraniana tem influência do nazismo do Ocidente, diz analista

O Estado não pode criar nem proibir a igreja. Ele só pode impedi-la obstruindo suas ações, perseguindo o clero e seus fiéis. Isso aconteceu ao longo da história, e agora estamos testemunhando a perseguição da Igreja Ortodoxa Ucraniana, disse o especialista em estudos culturais e escritor sérvio, Jovan Janjic, em uma entrevista à Sputnik.

Por dois mil anos, a Igreja Ortodoxa tem resistido a ataques externos e lutado contra golpes internos, e ainda existe, afirmou o especialista.

A igreja resistiu a todas as perseguições até agora, portanto, resistirá a esta, e aqueles que a perseguem pagarão caro por suas ações ou inações em algum momento. Ninguém tem o direito de banir a tradicional Igreja Ortodoxa, de acordo com Jovan Janjic.

"Sabemos que quem se incomoda com a cruz ou com a igreja, mais concretamente com a Igreja Ortodoxa: ele serve a Satanás. Hoje, infelizmente, o satanismo e o nazismo agem juntos. Sua campanha começou no Ocidente", ressalta o especialista.

Um golpe contra a Igreja Ortodoxa Ucraniana é um golpe contra toda a ortodoxia mundial e contra todas as igrejas ortodoxas, porque todas elas constituem um único organismo — uma única Igreja Ortodoxa, explicou Janjic.

Por essa razão, quem quer que seja do mundo ortodoxo que não se manifeste contra essa violência se excluirá da ortodoxia, resumiu ele.

Anteriormente, o parlamento ucraniano aprovou, em primeira instância, o projeto de lei 8371, que visa proibir organizações associadas à Rússia. Sem dizer diretamente seu objetivo, a Suprema Rada, única câmara do parlamento ucraniano, tem como alvo ocultar a Igreja Ortodoxa Ucraniana canônica, evitando assim críticas de perseguição religiosa do Ocidente.

Dos 404 membros ativos da Suprema Rada, 267 deputados votaram a favor de banir a tradicional Igreja Ortodoxa, enquanto 15 foram contrários e dois se abstiveram.