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Recentes testes dos EUA em Nevada poderiam provocar 'corrida nuclear' com Rússia?

© AP Photo / ArquivoFoto de explosão de arma nuclear, realizada em 1945, em Alamagordo, nos Estados Unidos da América
Foto de explosão de arma nuclear, realizada em 1945, em Alamagordo, nos Estados Unidos da América - Sputnik Brasil, 1920, 20.10.2023
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Testes subterrâneos no local de teste em Nevada provocam uma "corrida nuclear" dos Estados Unidos e da Rússia, cuja consequência pode ser uma guerra com a destruição mútua garantida de ambos os lados do conflito, afirmou Konstantin Sivkov, doutor em ciências militares, à Sputnik, nesta sexta-feira (20).
Os Estados Unidos realizaram testes nucleares subterrâneos no estado de Nevada, onde historicamente costumam realizar essas ações. Segundo o Departamento de Energia dos EUA, a explosão teve como objetivo "melhorar a capacidade do país de detectar explosões nucleares de baixo rendimento em todo o mundo".
Os testes americanos aconteceram no mesmo dia em que a Duma, casa baixa do poder legislativo russo, adotou uma lei que revoga a ratificação do Tratado de Proibição Total de Testes Nucleares (CTBT, na sigla em inglês). A matéria agora seguirá para o Conselho da Federação, câmara alta do parlamento, onde deve ser discutida no dia 25 de outubro.

"Os testes em Nevada, por um lado, foram simbólicos. Ao mesmo tempo, o que aconteceu é uma das manifestações da emergente corrida armamentista nuclear entre os EUA e a Rússia. O conflito direto entre Washington e Moscou levará quase inevitavelmente ao uso de armas nucleares com a destruição mútua garantida das partes", observou Sivkov.

Além disso, o especialista não descartou que os testes nucleares bem-sucedidos da Rússia e dos Estados Unidos poderiam eventualmente servir como um impedimento, pois seriam uma prova clara da perspectiva real da destruição mútua das duas potências.
Sivkov ressaltou que a liderança militar dos Estados Unidos deve transmitir essa ideia ao seu establishment político.
O especialista militar também expressou a opinião que a agenda nuclear está ativada em caso de crescimento de tensão em todo o mundo, e devido à ameaça real do uso real de armas nucleares, inclusive no Oriente Médio.

"Nessas circunstâncias [tensões crescentes] a Rússia deve estar confiante de que suas armas nucleares em seus arsenais estão operacionais – e os EUA querem ter certeza disso. Para fazer isso, os Estados também precisarão, mais cedo ou mais tarde, passar da simulação de computador para testes reais", disse o especialista.

Ao mesmo tempo, o interlocutor da agência observou que, no futuro, se a situação no mundo estabilizar, a Rússia poderá retornar ao CTBT, mas somente se os Estados Unidos o ratificarem.
Uma das torres do Kremlin de Moscou, Rússia (foto de arquivo) - Sputnik Brasil, 1920, 20.10.2023
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Kremlin: revogação da ratificação de tratado contra testes nucleares equipara a Rússia aos EUA
O CTBT foi assinado na ONU em 1996. No entanto, vários países, incluindo os Estados Unidos, ainda não o ratificaram em seus Parlamentos, ao contrário da Rússia, que o fez em 2000. Ao mesmo tempo, os países que possuem armas nucleares assumiram compromissos voluntários de não realizar tais testes.
Em março, o vice-ministro dos Negócios Estrangeiros da Rússia, Sergei Ryabkov, observou que a situação em torno do CTBT causa preocupações crescentes devido às ações dos EUA, que realiza testes nucleares constantemente.
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