'Burocratas em Bruxelas estragaram tudo', mas tentam culpar Hungria pelo seu fracasso, diz chanceler

A revisão do orçamento da União Europeia (UE) é um fracasso de Bruxelas, que está tentando colocar a culpa de tudo na Hungria, disse o ministro das Relações Exteriores húngaro, Peter Szijjarto, à Sputnik.

"Os burocratas em Bruxelas estragaram tudo. Se o orçamento de sete anos tem que ser revisado após 3,5 anos, algo está errado aqui. Entendemos que eles têm problemas tanto políticos como financeiros", disse Szijjarto.

Bruxelas tem estado empenhada em culpar a Hungria por todos os seus fracassos, acrescentou o ministro húngaro.

"Muitas vezes somos um bom candidato para colocar a culpa de tudo em nós. Mas está claro que simplesmente temos posições de princípio em todas as questões", explicou ele.

Anteriormente, a chefe da Comissão Europeia (CE), Ursula von der Leyen, disse que a CE havia revisado o orçamento plurianual da UE para o período de 2024 a 2027 e propôs que os países o aumentassem em 66 bilhões de euros (cerca de R$ 351 bilhões) para ajudar a Ucrânia, implementar programas de migração e refugiados e fortalecer a competitividade da união.

O primeiro-ministro húngaro Viktor Orbán chamou a oferta de frívola porque não se sabe para onde foi o dinheiro dado a Kiev anteriormente.

Em meados de setembro de 2022, a Comissão Europeia propôs ao Conselho da UE introduzir contra a Hungria o mecanismo condicional no orçamento europeu. Isso implicaria o congelamento de cerca de 7,5 bilhões de euros (R$ 38 bilhões) do financiamento para Budapeste. O caso é o primeiro na história da União Europeia, desde que, há dois anos, foi criado o mecanismo de condicionamento, destinado a proteger o orçamento do bloco da corrupção.

A Comissão Europeia continua a bloquear os fundos da UE para a Hungria porque quer influenciar a posição da Hungria sobre migração, educação sexual, ajuda à Ucrânia e sanções, mas Budapeste não pretende mudar seu ponto de vista sobre essas questões, que considera fundamentais, disse o primeiro-ministro húngaro. O país deve estar preparado para sérios ataques da UE, porque "Bruxelas e a máquina de propaganda liberal" não são seletivas quanto aos meios e usam todos os tipos de chantagem contra Budapeste, afirmou, por sua vez, o ministro das Relações Exteriores húngaro, Peter Szijjarto.