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Especialista afirma que Petrobras 'se beneficiará' com retorno ao mercado venezuelano de petróleo

© Foto / André Motta de Souza / Agência PetrobrasEsferas de armazenamento de gás liquefeito de petróleo (GLP) da Refinaria Duque de Caxias (Reduc), da Petrobras. Duque de Caxias (RJ), 20 de março de 2013
Esferas de armazenamento de gás liquefeito de petróleo (GLP) da Refinaria Duque de Caxias (Reduc), da Petrobras. Duque de Caxias (RJ), 20 de março de 2013 - Sputnik Brasil, 1920, 12.10.2023
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A petrolífera estatal brasileira procura se expandir e a possibilidade de regressar ao mercado venezuelano se torna interessante. Em conversa com a Sputnik, o economista Rafael Quiroz garantiu que a Petrobras "se beneficiaria com a adoção do mesmo modelo de negócios da Chevron na Venezuela".
Dada a dificuldade de encontrar novos campos de petróleo no Brasil, a Petrobras busca ampliar seu desenvolvimento nos países vizinhos e considera retornar à Venezuela. Mas, para isso, segundo o diretor-executivo da empresa, Jean Paul Prates, a estatal brasileira tem analisado o caso da empresa norte-americana Chevron, que retomou as suas operações no país caribenho.
A Chevron voltou a operar na Venezuela após um acordo com o governo em novembro de 2022. A empresa, que celebrou 100 anos de operações em solo venezuelano em 2023, estava limitada em suas atividades desde 2019, quando Washington estabeleceu sanções a Caracas.

"O caso da Chevron poderia se repetir para os brasileiros porque a Petróleos de Venezuela [PDVSA] tem uma dívida pendente com a Petrobras", explicou o economista venezuelano e especialista em petróleo, Rafael Quiroz, em conversa com a Sputnik.

Segundo ele, a empresa brasileira "se beneficiaria se adotasse o mesmo modelo de negócio da Chevron, que é explorar o petróleo, produzi-lo e levá-lo ao exterior para vendê-lo". Nesse sentido, explicou que com este modelo "não paga royalties, não paga juros nem dividendos, pois a conta do petróleo amortecerá a dívida que a PDVSA tem".
Segundo o governo venezuelano, de janeiro a agosto de 2023 o país registrou um crescimento produtivo de 12% devido à recuperação das refinarias do país, que representaram mais de 810 mil barris de petróleo por dia.
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A administração de Nicolás Maduro prevê, segundo suas estimativas, atingir um milhão de barris por dia até o final de dezembro e aposta no crescimento da produção de produtos refinados. Além disso, são esperados maiores investimentos para recuperar um setor que ficou "paralisado" em consequência das sanções.
Para Quiroz, a indústria petrolífera venezuelana ainda não apresenta "sinais de recuperação", pois considerou que a produção continua "estagnada" e acrescentou que, "se não houver recuperação da produção, o mercado venezuelano não regressa ao mercado petrolífero mundial de forma significativamente bem-sucedida".
Segundo o especialista, ainda é necessário algum "incentivo" para que a Petrobras invista em campos venezuelanos, visto que a empresa pode ficar tentada a concentrar seus esforços em outros projetos atrativos e promissores.
"A Petrobras está investindo muito no seu próprio campo, Pré-sal, e pretende se aventurar no xisto nos EUA, está entrando no México, na Argentina está analisando as possibilidades e mantendo conversas com pessoas de Trinidad e Tobago, Guiana", explicou.
Segundo Quiroz, caso retome a atividade no país, o Brasil não daria continuidade aos projetos anteriores, mas se inclinaria para novos projetos mais atrativos do ponto de vista comercial.
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O maior interesse do Brasil e de outras transnacionais, porém, pode estar centrado no setor do gás, considerou.
"Quanto à indústria do gás, ainda estamos muito crus [incipientes], porém não interessa apenas ao Brasil, mas pode até interessar à Colômbia ou a alguns países europeus. Sabe-se da existência de jazidas de gás livre ou do que alguns chamam de gás natural", afirmou.
Segundo O Globo, a estatal brasileira já dava sinais em maio de 2023 de voltar sua atenção para a Venezuela.
Em seguida, o presidente da petrolífera anunciou o interesse em visitar novamente os países vizinhos, entre os quais mencionou Venezuela, Bolívia e Guiana para discutir novas possibilidades de exploração de gás, bem como a preparação de empresas focadas na transição energética.
No âmbito da Cúpula da Amazônia, o ministro das Relações Exteriores da Venezuela, Yván Gil, se reuniu com Prates para aprofundar a cooperação no gás entre os dois países.
A Petrobras interrompeu suas atividades no país caribenho em 2019, quando o Brasil sob a gestão de Bolsonaro suspendeu suas relações diplomáticas com a Venezuela após reconhecer o oposicionista Juan Guaidó como presidente.
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