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Venezuela e EUA avançam em conversas para aliviar sanções, diz mídia

© AP Photo / Ariana CubillosO presidente venezuelano, Nicolás Maduro, durante coletiva de imprensa no palácio presidencial de Miraflores, em Caracas, Venezuela, 30 de novembro de 2022
O presidente venezuelano, Nicolás Maduro, durante coletiva de imprensa no palácio presidencial de Miraflores, em Caracas, Venezuela, 30 de novembro de 2022 - Sputnik Brasil, 1920, 09.10.2023
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Depois de quase uma década com relações praticamente rompidas, o conflito na Ucrânia e a busca americana por alternativas ao fornecimento de petróleo fizeram os Estados Unidos e a Venezuela avançarem nas negociações para aliviar sanções de Washington ao país sul-americano.
Conforme a Reuters, as discussões com Caracas estão ligadas à permissão de uma empresa estrangeira aceitar o petróleo venezuelano como pagamento por dívidas do país.
Em 2019, os Estados Unidos impuseram uma das piores sanções contra o país da América do Sul, quando US$ 24 bilhões (R$ 123 bilhões) da empresa estatal venezuelana de petróleo e gás PDVSA foram bloqueados em bancos estrangeiros. Os dados são do Ministério das Relações Exteriores da Venezuela.
A situação levou a Venezuela a apresentar em 2020 uma queixa ao Tribunal de Haia, que resolve disputas jurídicas internacionais, por conta das restrições impostas pelos americanos.
Apesar de não poder proibir que empresas internacionais comprem petróleo venezuelano, os EUA conseguiram fazer pressão financeira. Caso entidades negociassem com Caracas, estariam proibidas de fazer negócios com empresas norte-americanas.
"A Venezuela e os Estados Unidos fizeram progressos nas negociações que ajudarão a aliviar as sanções a Caracas e permitirão que pelo menos mais uma empresa petrolífera estrangeira compre petróleo venezuelano para saldar a dívida", informou a Reuters.
Sócia da estatal venezuelana, o petróleo da PDVSA poderia ser comprado pela companhia francesa Maurel & Prom. Enviados de Caracas e Washington realizaram várias reuniões em Doha, no Catar, desde o ano passado.
Também são aguardadas conversas entre representantes do governo de Nicolás Maduro e da oposição venezuelana no México. Porém, ainda é cedo para falar em acordos finais.
Desde agosto, os EUA têm avaliado a proposta para reverter sanções caso a Venezuela leve em conta exigências norte-americanas para a próxima eleição presidencial venezuelana, prevista para 2024.
Segundo fontes relataram à Reuters, o novo sistema apenas manteria restrições ao comércio de petróleo com países como China, Irã e Rússia, adversários de Washington. As sanções norte-americanas são apontadas por Caracas e por muitos especialistas como uma das principais razões para a grave crise econômica que atingiu a Venezuela nos últimos anos.
O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, acena ao chegar para a Cúpula Sul-Americana, no Palácio Itamaraty, em Brasília. Brasil, 30 de maio de 2023 - Sputnik Brasil, 1920, 05.10.2023
Panorama internacional
Interesse no petróleo muda 'momentaneamente' desejo dos EUA de derrubar Maduro, diz analista

'Situação é momentânea'

Em entrevista à Sputnik Brasil na última semana, especialistas defenderam que o interesse americano no petróleo venezuelano mudou "momentaneamente" o desejo dos Estados Unidos de tentar derrubar o governo de Maduro.

"O pensamento foi não abrir mais uma frente de controvérsia. Tem a questão da Ucrânia, a crise na Europa, o crescimento do BRICS e o descontentamento do Sul Global com as políticas de Washington. A Venezuela é secundária. Então por qual motivo os Estados Unidos vão querer aumentar essa fonte de atrito?", questionou o professor de relações internacionais da Universidade Federal do ABC (UFABC) Gilberto Maringoni.

Com o boicote econômico à Rússia, Maringoni explica como os EUA buscaram uma aproximação com Caracas a partir do ano passado.
"Posteriormente houve o atentado produzido pela OTAN nos gasodutos Nord Stream 1 e 2, o que rebaixou muito o fornecimento de petróleo russo à Europa Ocidental. E qual foi o trato feito na época? Uma comissão do governo americano foi se encontrar com Maduro no Palácio de Miraflores para recolocar e refazer exportações de petróleo para os Estados Unidos", frisa.
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