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Operação militar especial russa
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Especialista: drones da Rússia 'garantem eficiência' durante as baixas temperaturas do inverno

© Foto / ZALA Aero GroupDrone Lancet-3 da ZALA durante exposição
Drone Lancet-3 da ZALA durante exposição - Sputnik Brasil, 1920, 25.09.2023
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Os drones da Rússia, como todo equipamento militar, são testados antes de serem colocados em serviço e "ajustados" para garantir que possam funcionar corretamente sob condições climáticas adversas como o inverno, disse o especialista em VANTs e chefe da Aerocon, Eduard Bagdasaryan, à Sputnik.
Ao longo da fracassada contraofensiva da Ucrânia, os veículos aéreos não tripulados (VANTs) da Rússia têm destruído implacavelmente as forças ucranianas e o armamento doado pela Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN). Os drones de nova geração de Moscou representam agora uma ameaça às bases aéreas das Forças Armadas ucranianas (FAU), uma vez que o outono e o inverno (no Hemisfério Norte) trazem desafios adicionais ao conflito.
Enquanto a mídia ocidental especula sobre a funcionalidade de tais VANTs à medida que as temperaturas mais frias se instalam na zona de combate do conflito na Ucrânia, o especialista afirmou que os drones estão prontos para o serviço.

"Temos um centro militar especial na Rússia que serve a esse propósito [...]. Todos os equipamentos de aviação, incluindo drones, são submetidos a testes estatais, naturalmente, tanto no verão como no inverno, para confirmar a sua eficácia e eliminar possíveis problemas que possam surgir nas temperaturas congelantes do inverno", explicou Bagdasaryan que reconheceu que o clima de inverno afeta as características e capacidades técnicas de tais dispositivos.

As baixas temperaturas e a cobertura de gelo são as duas principais dificuldades encontradas por quem opera os VANTs no inverno, disse o especialista em VANTs, Artyom Blinov, à Sputnik.
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Segundo Blinov, a formação de gelo afeta principalmente drones do tipo aeronave, porque existe a possibilidade de que, devido a mudanças na umidade, altitude e assim por diante, uma camada de gelo apareça no dispositivo, fazendo com que ele caia. As mudanças climáticas afetam a autonomia operacional — reduzindo especialmente o tempo de operação dos equipamentos que utilizam baterias — e dificultam o controle do dispositivo.

O Exército russo utiliza drones Lancet na zona de operações especiais para atingir vários meios militares ucranianos, tais obuseiros, defesas aéreas, sistemas de lançamento múltiplo de foguetes, bem como postos de comando e observação, e grupamentos de tropas.

Nos últimos meses, o drone kamikaze ou de munição Lancet da Rússia causou estragos nas forças ucranianas enquanto elas lutavam para montar sua tão badalada contraofensiva. Agora, os projetistas russos de drones revelaram uma versão de próxima geração, capaz de atingir alvos a uma distância considerável e, como tal, representar uma ameaça às bases aéreas da FAU, informou um meio de comunicação militar dos EUA.
Um caça ucraniano MiG-29 foi atingido por um VANT Lancet a uma distância de mais de 80 km na retaguarda das posições defensivas russas anteriormente, enquanto o alcance típico do Lancet é de 40 km.
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Quando se trata de usar drones no inverno, Bagdasaryan comparou a forma como a tecnologia funciona à forma como o corpo humano funciona. Durante o inverno, tudo piora, destacou o especialista. "Doenças crônicas começam a aparecer e, geralmente, todos os órgãos do corpo reagem à queda da temperatura e ao aumento da umidade, sendo as condições hostis agravadas pelo vento e pelas condições climáticas", destacou.

"Portanto, a parte mecânica tem mais dificuldade de trabalhar [...] e a eletrônica, em princípio [...]. De modo geral, na eletrônica tem muito lítio, baterias de polímero, motores elétricos, todos esses mecanismos [...]. Portanto, o equipamento é mais difícil de operar no inverno à medida que sua confiabilidade diminui, tornando muito mais difícil executar uma missão de combate", explicou Bagdasaryan.

Os drones do tipo aeronave são provavelmente os mais propensos a encontrar dificuldades operacionais em condições meteorológicas ruins, já que no caso deles é necessário monitorar um grande número de leituras e suas alterações, esclareceu Blinov. Segundo o especialista, existe um indicador de pressão, mas se for afetado, "o VANT deixará de discernir a velocidade do fluxo do vento, cabendo ao operador orientá-lo com base na experiência", sublinhou.
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Chuva, neve, tudo isso afeta o alcance dos canais de comunicação, disse Bagdasaryan. Não há como negar que a qualidade da transmissão das ondas de rádio, portanto, se deteriora, acrescentou o especialista.
Os Lancet da Rússia, juntamente com vários outros tipos de drones, estão sendo amplamente utilizados na zona da operação militar especial russa para compensar a hesitante contraofensiva de Kiev. No início deste mês, o general Mark Milley, antigo chefe do Estado-Maior Conjunto dos EUA, disse à imprensa ocidental que as condições mais frias tornariam muito mais difícil a manobra da Ucrânia.
"Provavelmente restam cerca de 30 a 45 dias de combate neste clima", disse Milley no dia 10 de setembro, reconhecendo como as fortes chuvas vão transformar o campo de batalha em "lama intransponível".
O presidente da Rússia, Vladimir Putin, classificou a contraofensiva de Kiev como "mais um fracasso do que um impasse", acrescentando que desde o seu início, no início de junho, o Exército ucraniano perdeu 71 mil soldados, 543 tanques e quase 18 mil veículos blindados de vários tipos.
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