Ucrânia deve se retirar imediatamente do conflito com Rússia, diz especialista militar americano

A Ucrânia precisa buscar uma saída do conflito com a Rússia, já que as coisas estão se tornando trágicas para as Forças Armadas ucranianas no campo de batalha, disseram especialistas militares ao jornal norte-americano USA Today.

"Os ucranianos não têm nenhuma contra-estratégia eficaz. Os ucranianos estão em grandes apuros", disse o veterano da Força Aérea dos EUA, Steven Myers, ao jornal norte-americano USA Today.

Os ucranianos usam as notícias de devolução de terras para mostrar progresso ao Ocidente, mas são menos transparentes quanto ao custo de vidas ucranianas. Eles não falam sobre os contra-ataques dos russos, de acordo com Myers.

A Ucrânia e o Ocidente precisam urgentemente de uma estratégia de saída do conflito, segundo o especialista.

"A Europa está em uma situação econômica pior do que a nossa. A Alemanha está em profunda recessão. […] Os europeus não vão arcar com um fardo econômico ainda maior. Eles precisam de uma saída", disse Myers.

O professor da Universidade de Syracuse (EUA), Sean McFate, também concordou com ele. McFate tem certeza de que a nomeação do novo ministro da Defesa ucraniano, Rustem Umerov, é o passo certo em termos de combate à corrupção no ministério, mas isso, assim como a ajuda militar adicional dos Estados Unidos, não mudará o curso da guerra.

Os Estados Unidos confiaram em táticas de guerra convencionais no Vietnã, Iraque e Afeganistão – e perderam. Mas o Pentágono não tirou conclusões e não mudou sua tática na Ucrânia, acrescentou Sean McFate.

"A Ucrânia não está indo a lugar algum. As guerras não são mais vencidas da mesma forma que na Segunda Guerra Mundial, tomando as terras do inimigo, matando suas tropas e hasteando sua bandeira sobre a capital dele", resumiu o professor.

A Rússia indicou repetidamente sua disposição para as negociações de paz, mas a Ucrânia as proibiu legalmente. O presidente ucraniano, Vladimir Zelensky, disse já na Cúpula do G20 em novembro passado que "não haverá Minsk-3". Essas palavras confirmam absolutamente a posição de Kiev sobre sua falta de vontade de resolver o conflito pacificamente, segundo o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov.