Com região tensa, ASEAN não deixará usar Sudeste Asiático como 'plataforma em luta por influência'

O presidente da Indonésia, Joko Widodo, abriu a 43ª Cúpula da Associação de Nações do Sudeste Asiático (ASEAN, na sigla em inglês) em Jacarta dizendo que nenhum país deve tentar transformar a ASEAN em uma arena de rivalidade destrutiva, segundo a agência de notícias indonésia ANTARA.

"Devemos transformar o 'navio' da ASEAN em um local para promover a cooperação na esperança de alcançar prosperidade, estabilidade e paz não apenas para a região, mas também para o mundo em geral", disse o presidente durante a sessão de abertura da cúpula.

Os líderes da ASEAN concordaram em "não permitir que nenhuma parte use a região do Sudeste Asiático como plataforma em sua luta por poder e influência", acrescentou o chefe de Estado indonésio.

A concorrência entre as grandes potências está afetando a implementação de iniciativas da ASEAN, como a Cúpula do Leste Asiático e o Fórum Regional da ASEAN, disse, por sua vez, o primeiro-ministro da Malásia, Anwar Ibrahim.

A Indonésia sedia a 43ª Cúpula da ASEAN como presidente do bloco em 2023, mantendo o tema "ASEAN: Epicentro do Crescimento". Este ano marca a quinta vez que a Indonésia preside a associação. A cúpula conta com a participação dos chefes de Estado e de governo de Brunei, Camboja, Malásia, Cingapura, Filipinas e Vietnã.

Quanto a Mianmar, a ASEAN não permitiu que os enviados políticos do país participassem da cúpula, o que está de acordo com o sentimento geral da associação contra o governo militar de Mianmar.

A cúpula da ASEAN ocorre em meio ao aumento das tensões no mar do Sul da China, depois que a China publicou um novo "mapa padrão". Ele descreve as reivindicações de grandes territórios disputados por alguns membros da ASEAN, o que provocou protestos, inclusive da Malásia.