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'Expressão do poder geopolítico do Kremlin': por que Ocidente não consegue se desligar da Rosatom?

© Sputnik / Yevgeny BiyatovLogotipo da Rosatom (imagem de arquivo)
Logotipo da Rosatom (imagem de arquivo) - Sputnik Brasil, 1920, 28.08.2023
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O Ocidente ainda permanece dependente da energia nuclear russa e isso se aplica não apenas ao Leste Europeu, onde os reatores soviéticos estão localizados, mas também aos Estados Unidos, escreveu a agência Bloomberg.
Desde o início da operação militar especial russa na Ucrânia, os Estados Unidos e seus aliados europeus tomaram medidas rápidas e decisivas destinadas a "sufocar" as exportações russas de petróleo, gás e carvão.
Mas no Ocidente, a energia nuclear russa não foi tocada: a Corporação Estatal de Energia Nuclear Rosatom continua a ser a principal fonte de combustível nuclear para as usinas atômicas do mundo, fornecendo cerca de metade da demanda mundial de urânio enriquecido, afirma a agência Bloomberg.
Como o autor do artigo enfatiza, ao contrário das empresas ocidentais na indústria nuclear, a Rosatom controla todos os elementos da cadeia de fornecimento de urânio enriquecido, desde a extração de minério até o enriquecimento e entrega reais.

"A empresa é tanto uma expressão do poder geopolítico do Kremlin quanto um negócio gerador de lucro", escreve o observador da agência.

Como explica o revisor, esta situação deve-se em grande medida à redução da capacidade de produção de urânio enriquecido pelos países ocidentais causada pelo acidente da usina nuclear de Fukushima.
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Como resultado, a Rosatom é atualmente a principal fornecedora de combustível para muitas dezenas de reatores no Leste Europeu e na Rússia, e está construindo 33 novas unidades em dez países, juntamente com contratos para fornecê-los com prazos de várias décadas.
De acordo com dados da publicação, na lista de mais dependentes da cooperação russa no momento entram os países do Leste Europeu, onde durante a Guerra Fria muitos reatores VVER foram construídos. E por uma vez que muitos desses reatores já estão trabalhando mais do que o originalmente previsto para eles, os novos players simplesmente não veem uma razão para penetrar esses mercados e tentar competir com a Rússia.
Ao mesmo tempo, a Rosatom continua a ser uma fornecedora importante para os Estados Unidos. Por exemplo, a Corporação Estatal de Energia Nuclear russa em 2022 exportou cerca de um quarto de todo o urânio enriquecido adquirido por usinas nucleares americanas, enfatizou o revisor da agência.
De acordo com a Bloomberg, os americanos são mais dependentes do átomo pacífico russo no campo do urânio altamente enriquecido usado em novos reatores SMR. Em particular, Rosatom fornece 100% do urânio da classe HALEU (urânio altamente enriquecido com baixo teor de ensaio), com um grau de 5% a 20% de enriquecimento para os EUA, não sendo nenhum desses combustíveis produzidos em solo americano.
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"A vulnerabilidade econômica" que os países ocidentais percebem nesta situação da energia nuclear russa já levou ambas as costas do Atlântico a implantar uma "cooperação em escala sem precedentes" para restaurar o ciclo de produção de combustível nuclear, relata a Bloomberg.

Segundo a agência de notícias, em março, os EUA e o Canadá anunciaram medidas conjuntas destinadas ao desenvolvimento das respectivas capacidades e, posteriormente, o acordo sobre o desenvolvimento de "cadeias de produção comuns com exclusão da Rússia", que levou a assinatura de cinco países, EUA, Canadá, Reino Unido, França e Japão.
Além disso, o presidente dos EUA, Joe Biden, se comprometeu a alocar US$ 700 milhões (R$ 3,41 bilhões) para o desenvolvimento da produção de combustível interamericano para reatores modernos, e várias empresas americanas estão trabalhando em um projeto de demonstração para produzir urânio da classe HALEU.
De acordo com previsões oficiais, os americanos levarão cerca de cinco anos para se livrar da influência de Moscou, enfatizou a Bloomberg.
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