Chefe da região de Zaporozhie: Kiev sabe as consequências se atacar a usina nuclear local

Segundo Yevgeny Balitsky, os militares ucranianos temem danificar a usina nuclear de Zaporozhie por saberem das consequências para eles e para os países ocidentais.

O lado ucraniano não está atacando diretamente a usina nuclear de Zaporozhie porque sabe que a Rússia responderá na mesma moeda, e tal afetará também o Ocidente, disse Yevgeny Balitsky, governador interino da região de Zaporozhie, em entrevista à Sputnik.

"Basta a usina nuclear ser atingida, que eles sabem que também haverá ataques nas [usinas nucleares de] Rovno ou Khmelnitsky, então os europeus entendem que isso já lhes diz respeito diretamente. Se eles atingirem nossa usina nuclear, nós atingiremos as deles, e eles sabem disso, por isso, o inimigo não está ativo nessa questão atualmente", contou Balitsky.

"Eles costumam atingir a usina com drones, ou os drones caem, é difícil dizer, mas registramos esses casos. Já a artilharia de canhões e foguetes não tem atingido a usina recentemente. Eles atingem principalmente, como eu disse, os arredores, a periferia, os meios de fornecimento de eletricidade, as linhas de alta tensão, subestações."

De acordo com ele, a usina nuclear agora "não está ameaçada por nada", e "seria preciso fazer um grande esforço para a destruir, sem mencionar que ela foi construída durante a União Soviética e está protegida até mesmo contra a queda de uma aeronave".

A usina de Zaporozhie, a maior usina nuclear da Europa, está localizada na margem esquerda do rio Dniepre, perto da cidade de Energodar. A usina nuclear passou a ser controlada pela Rússia em outubro de 2022. A própria cidade e o território adjacente à usina têm sido regularmente bombardeados.

Forças Armadas da Ucrânia em Zaporozhie

As tropas ucranianas na direção de Zaporozhie estão tentando avançar usando equipamentos estrangeiros, mas sem sucesso, relatou também Balitsky.

"A situação é praticamente a mesma, [seja] em Staromayorskoe, Urozhainoe, em Scherbaki, perto de Rabotino, [ou] em Pyatikhatki: o inimigo está sendo abatido em massa. A única diferença é que onde as estradas são melhores, eles vêm com veículos, [e] onde as estradas são piores, com infantaria. Em Rabotino, eles agora estão abrindo caminho com os Leopard, com os Bradley, com veículos estrangeiros. Queimamos os veículos, destruímos o inimigo. Se atirarmos, eles caem", detalhou Balitsky.

Segundo ele, "as táticas do inimigo praticamente não mudaram".

"Eles não consideram seus homens como pessoas de alguma forma. O inimigo está sofrendo um número muito grande de baixas, simplesmente um número insano", resumiu.

O governador interino da região de Zaporozhie descreveu a defesa russa na região de Zaporozhie como altamente densa, devido à grande quantidade de minas, drones, câmeras e patrulhas, particularmente na área costeira, além de outros meios.

O resultado de todo o trabalho, explica, é que a atividade dos grupos de sabotagem foi reduzida até quase zero.

Militares das Forças Armadas da Rússia são treinados como operadores de drones na área da operação militar especial, foto publicada em 22 de julho de 2023.