DNA (imagem ilustrativa) - Sputnik Brasil, 1920
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'Cápsula de tempo': cientistas extraem DNA de um tijolo de barro assírio de 2.900 anos (FOTO)

CC BY-SA 4.0 / Kipala / Cemitério de Serah bat Asher, Pir Bakran (imagem editada)Vista do cemitério Sera bat Asher em Pir Bakran, no Irã
Vista do cemitério Sera bat Asher em Pir Bakran, no Irã - Sputnik Brasil, 1920, 23.08.2023
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Pesquisadores da Universidade de Oxford, Reino Unido, contribuíram para a primeira extração bem-sucedida de DNA antigo de um tijolo de barro de 2.900 anos.
O DNA antigo é difícil de extrair, mesmo de ossos e dentes mais resistentes, porque ele se fragmenta com o passar do tempo e é facilmente contaminado. DNA nunca antes havia sido extraído com sucesso da argila. Ficando protegido da contaminação no meio da massa de tijolo, o DNA sobreviveu em concentrações suficientes para revelar a presença de 34 tipos diferentes de plantas.
O tijolo de barro provém do palácio do rei neoassírio Ashurnasirpal II, na antiga cidade de Kalhu. Conhecido hoje como o Palácio Noroeste em Nimrud, norte do Iraque, sua construção começou por volta de 879 a.C.
O artefato de barro tem uma inscrição cuneiforme em acadiano – uma língua semítica extinta –dizendo que é "a propriedade do palácio de Ashurnasirpal, rei da Assíria." Isso torna possível datar o tijolo precisamente no período de uma década (879 a.C. a 869 a.C.). Atualmente o objeto está no Museu Nacional da Dinamarca.
DNA de plantas antigas é extraído de tijolo de barro assírio de 2.900 anos.
Durante um projeto de digitalização no Museu em 2020, o grupo de pesquisadores conseguiu obter amostras do interior do tijolo – o que significa que houve um baixo risco de contaminação de DNA desde que tijolo foi criado.
Depois de o DNA extraído ter sido sequenciado, os cientistas identificaram 34 grupos taxonômicos distintos de plantas. As famílias de plantas com as sequências mais abundantes são Brassicaceae (repolho) e Ericaceae (urze). Outras famílias representadas são Betulaceae (bétula), Lauraceae (louros), Selineae (umbelliferae) e Triticeae (gramíneas cultivadas).
O tijolo teria sido feito principalmente de lama coletada perto do rio Tigre, misturada com material como palha ou esterco animal. Depois disso, era moldado em um molde antes de ser inscrito e deixado ao sol para secar. O fato de que o tijolo nunca foi queimado, mas deixado para secar naturalmente, teria ajudado a preservar o material genético preso dentro da argila.
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