'É uma homenagem', diz Erdogan sobre a interrupção no fornecimento de urânio do Níger para França

A interrupção do fornecimento de urânio do Níger para a França pode ser vista como retaliação por anos de injustiça por Paris aos africanos, disse o presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, nesta sexta-feira (4).

"Claro, esta não é a primeira vez que a França faz isso, mas o que eles fizeram na Argélia, Ruanda e Mali é conhecido na história mundial. Os africanos sabem bem disso. Agora o fornecimento de ouro e urânio para a França [do Níger] está completamente suspenso. Esta é uma homenagem a eles por anos de brutalidade contra esses países", disse Erdogan aos jornalistas.

Ao mesmo tempo, observou Erdogan, Ancara continua a manter boas relações com os países africanos.

Anteriormente, a liderança do Conselho Militar, que realizou o golpe de Estado no Níger, informou que o país pararia de enviar urânio para a França.

O Níger tem ricas reservas de urânio, das quais a França é fortemente dependente. A corporação francesa Orano está presente no Níger há mais de 50 anos e está envolvida no desenvolvimento de um dos maiores depósitos de urânio do mundo, Imuraren, na região de Arlit, dono de cerca de 200 milhões de toneladas de reservas.

De acordo com os veículos de comunicação franceses, o Níger representa atualmente de 15 a 17 pontos percentuais do urânio utilizado para a produção de eletricidade na França.