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BRICS ou suicídio no interesse dos EUA: especialistas avaliam opções do mundo multipolar

© AFP 2023Bandeiras do Brasil, Rússia, Índia, China, África do Sul, Bangladesh, Emirados Árabes Unidos e Egito ao lado da bandeira do Novo Banco de Desenvolvimento, 30 de maio de 2023
Bandeiras do Brasil, Rússia, Índia, China, África do Sul, Bangladesh, Emirados Árabes Unidos e Egito ao lado da bandeira do Novo Banco de Desenvolvimento, 30 de maio de 2023 - Sputnik Brasil, 1920, 26.06.2023
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A Sputnik pediu a opinião de especialistas sobre os atuais papéis do BRICS e do Ocidente, e suas prováveis trajetórias nos próximos anos.
O enorme interesse no Fórum Econômico Internacional de São Petersburgo (SPIEF, na sigla em inglês), apesar das sanções globais antirrussas, e a fila daqueles que querem se juntar ao BRICS, indica que estão acontecendo processos globais irreversíveis, acreditam especialistas entrevistados pela Sputnik.
O analista Branko Pavlovic explica que os países preferem se unir cada vez mais a associações diferentes em que "os EUA não estão presentes", e que esses grupos funcionam. Segundo ele, não há lugar para chantagem em tais alianças, e "as capacidades tecnológicas das economias da China, Rússia e Índia tornam o Ocidente praticamente inútil". Pavlovic acredita que, apesar de algumas vantagens tecnológicas ocidentais, os países do BRICS eliminarão essa lacuna em não mais que cinco anos.
O especialista cita como exemplo do sucesso do BRICS o Novo Banco de Desenvolvimento, que, de acordo com um relatório recente, concedeu mais de US$ 30 bilhões (R$ 143,61 bilhões) em empréstimos para vários projetos nos países fundadores, enquanto há alguns anos essa soma era de US$ 3 bilhões (R$ 14,36 bilhões).

"Quando as pessoas veem isso agora, elas dizem: se nos unirmos ainda mais, isso criará um potencial de desenvolvimento no modelo ganha-ganha. Os motivos para o interesse no BRICS podem ser diferentes, mas, de qualquer forma, eles devem ser vistos como uma grande derrota para a política dos EUA", observa Pavlovic.

O economista Mahmud Bushatlija, que também falou à Sputnik, destacou o processo de desdolarização, mencionado em negociações entre a Rússia, China e Índia. Ele acredita que os Estados Unidos permanecerão uma grande economia por um longo tempo, "mas nunca mais serão a primeira e a única".
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Já sobre o "caminho europeu" proclamado por Aleksandar Vucic, presidente da Sérvia, que também admitiu que Bruxelas não quer que Belgrado seja um membro da comunidade, o especialista Branko Pavlovic sugere que se torne membro associado do BRICS, para evitar uma situação como a atual, em que dois terços do comércio estão vinculados à União Europeia.
"A questão não é que seja a UE, mas que se você estiver vinculado a uma entidade, você compartilha o destino de suas decisões. E quando ela decidir se suicidar no interesse dos Estados Unidos e entrar em recessão e crise nos próximos anos, as consequências afetarão você também", apontou Pavlovic.
"Não se deve hesitar. Se o presidente francês quis participar da cúpula do BRICS, por que não a Sérvia, que tem relações muito melhores com esses países e está comprometida com os princípios do não alinhamento? A ideia de coexistência pacífica encontra sua melhor expressão no BRICS", sugeriu.
Busatlija também acredita que o status de observadora da Sérvia no BRICS será suficiente.
"Nosso objetivo é cooperar com muitos países, porque agora somos uma colônia europeia. A Europa não precisa de nós na UE, porque isso pressupõe igualdade, e então não poderemos estabelecer condições e abusar de nós, como está acontecendo agora", sublinhou ele.
"Precisamos nos libertar disso e encontrar outros mercados. Mas somos um Estado pequeno e sempre seremos pequenos para o BRICS. É necessário focar no desenvolvimento de relações bilaterais. Podemos encontrar uma linguagem comum com todos os membros do BRICS, mas no BRICS como uma associação, o status de observador é o nosso máximo", concluiu o especialista.
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