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'Quando países emergentes querem competir, mais ricos viram protecionistas', diz Lula citando Macron

© Palácio do Planalto / Ricardo Stuckert / CC BY 2.0Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, durante diálogo de Alto Nível da Cúpula para um Novo Pacto Financeiro Global, 23 de junho de 2023
Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, durante diálogo de Alto Nível da Cúpula para um Novo Pacto Financeiro Global, 23 de junho de 2023 - Sputnik Brasil, 1920, 24.06.2023
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Em coletiva hoje (24), Lula afirmou que, desde a década de 1980, o mundo vem dizendo que quanto mais "livre comércio" melhor, mas quando países em desenvolvimento tentam uma abertura justa, vem o protecionismo dos ricos. Lula também declarou entender Macron, mas que a França precisa ver o lado do Brasil em relação ao acordo.
Ontem (23), durante discurso em Paris, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva deixou claro que as novas exigências da União Europeia para ratificação do acordo UE-Mercosul soam como "ameaças" aos países sul-americanos, conforme noticiado.
Lula fez as declarações durante a Cúpula para um Novo Pacto Financeiro Global, ao lado do presidente francês, Emmanuel Macron, o qual por sua vez deixou claro que não aceitará um acordo sem as garantias em termos de proteção do clima e da biodiversidade, e também alegou dificuldades internas com o setor agrícola nas negociações, segundo o jornal O Globo.
"O presidente da República [Macron] reiterou a importância de incluir garantias sobre o respeito dos compromissos com o clima e a biodiversidade, e de submeter os produtos importados às mesmas regras, especialmente a fitossanitária, às quais os agricultores europeus estão sujeitos", disse um texto publicado pelo Palácio do Eliseu.
Na coletiva de imprensa hoje (24), Lula disse que entende que a França precisa defender sua agricultura, mas que o Brasil precisa do mesmo.
"Da mesma forma que ele [Macron] tem de resguardar os interesses agrícolas dele, nós temos de resguardar os interesses das nossas pequenas e médias empresas. Acho normal que a França queira defender a sua agricultura, mas é normal que eles também compreendam que o Brasil não pode abrir mão das compras governamentais, a possibilidade de fortalecer a indústria nacional e de permitir que pequenos e médios empresários possam produzir para os Estados comprarem chega a zero", afirmou o mandatário.
Presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, e o presidente da França, Emmanuel Macron, após reunião no Palácio do Eliseu, em Paris, 23 de junho de 2023. - Sputnik Brasil, 1920, 23.06.2023
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A mídia afirma que, em relação aos entraves de Macron no Parlamento francês, Lula prometeu ajudar.

"Se a gente puder conversar com nossos amigos [franceses] mais à esquerda para que seja aprovado um acordo, vamos fazer. Porque não é o protecionismo que vai ajudar. É muito engraçado este mundo, porque dos anos 1980 para cá, tudo o que as pessoas falaram é que quanto mais abertura e mais livre o comércio melhor, mas quando chega a vez de os países em desenvolvimento competirem em igualdade de condições, os mais ricos viram protecionistas. Não tem nenhum sentido", afirmou.

Na sexta-feira (24), Lula afirmou que "está doido pelo acordo UE-Mercosul", mas que exigências impostas pelo bloco são "ameaça", acrescentando que "não é possível, que nós temos uma parceira estratégica, e haja uma carta adicional que faça ameaça a um parceiro estratégico [o Brasil]".
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