Ante aumento inédito de ataques de orcas registrado em junho, que precauções devem ser tomadas?

O site orcas.pt, criado por Rui Alves, permite aos marinheiros reportar avistamentos e ataques de orcas, disponibilizando um mapa completo dos incidentes. Recentemente, o site começou a relatar um aumento nos encontros entre orcas e barcos nas costas da Espanha e de Portugal, o que gerou alarme entre marinheiros e especialistas.

De acordo com os dados de Rui Alves, houve pelo menos um encontro com orcas todos os dias no mês de junho, com um total de dez ataques e 12 avistamentos adicionais relatados desde o início do mês. Alguns dias testemunharam vários ataques, como quatro apenas no dia 3 de junho e dois no dia 8. Alves espera que, ao divulgar esses incidentes, os marinheiros evitem áreas com atividade frequente de orcas, minimizando os riscos potenciais.

"Estamos tendo um incidente por dia, em média, ok? Tem dias que temos dois ou três", disse Alves em entrevista à mídia norte-americana.

As razões por trás do aumento da presença de orcas ao redor dos barcos permanecem obscuras. Uma teoria sugere que uma orca traumatizada chamada White Gladis pode estar influenciando outras orcas a imitar seus ataques a embarcações. No entanto, outros especialistas propõem que as orcas podem estar simplesmente exibindo um comportamento lúdico.

Embora os motivos por trás desses incidentes com as orcas continuem sendo objeto de estudo, os especialistas alertam contra a subestimação do poder e das capacidades dessas criaturas magníficas. Precauções devem ser tomadas para garantir a segurança pessoal, sendo essencial nunca entrar na água com orcas, uma vez que esses predadores, conhecidos por caçar grandes tubarões brancos e até baleias azuis, representam definitivamente uma ameaça significativa.

Relatórios recentes descrevem vários casos de barcos sendo danificados ou afundados durante encontros com orcas. Em um incidente, um barco foi abalroado por mais de uma hora, resultando na destruição do leme. Outro iate foi atingido repetidamente, levando ao seu naufrágio completo. Felizmente, nenhum ferimento grave em humanos foi relatado até agora.

"Foi uma ideia. Se você divulgar algo que acontece em uma área, as pessoas vão evitar aquela área", disse Alves. "Talvez eles fiquem com o barco e digam: 'Não navego hoje porque há muitas orcas naquele ponto. Vou navegar amanhã ou talvez irei em outra direção'."

Esforços estão sendo feitos para melhor entender esses eventos, com o site de Rui Alves fornecendo uma plataforma valiosa para os velejadores compartilharem informações. Ao evitar áreas com atividade frequente de orcas, os marinheiros esperam reduzir o risco de encontros e possíveis danos às suas embarcações.

"Não é algo sem motivo que tenhamos visto. Eles são os principais predadores do oceano. Eles são capazes de atacar e matar todos os tipos de espécies que estão ao seu redor. Mas eles nunca direcionaram esse talento ou esse comportamento de predador para os seres humanos", disse Monika Wieland Shields, presidente do Orca Behavior Institute.

À medida que as investigações sobre o comportamento das orcas continuam, os marinheiros e pesquisadores vão permanecer vigilantes no monitoramento e documentação desses encontros na península ibérica.