Rússia promove agronegócio em moedas nacionais aumentando exportação agrícola, diz vice-premiê russa

Apesar da pressão das sanções, a Rússia conseguiu não apenas estabelecer novos canais de exportação agrícola, mas também aumentar o fornecimento de alimentos e o comércio em rublos.

O anúncio foi feito pela vice-primeira-ministra russa Viktoria Abramchenko à Sputnik em uma entrevista na véspera do Fórum Econômico Internacional de São Petersburgo 2023 que se realiza de 14 a 17 de junho.

Em 2022, o volume das agroexportações da Rússia, que têm como destino mais de 160 países, excedeu US$ 41 bilhões (R$ 200 bilhões) e, de acordo com Abramchenko, a tendência se manterá em 2023. Ela confirmou que as exportações podem crescer 10%, como aconteceu no ano passado.

Apesar da saída da Rússia dos três maiores comerciantes de grãos: Cargill, Viterra e Louis Dreyfus, a exportação russa de 2023 pode atingir o recorde do ano passado, acredita Abramchenko.

"Não há problema, nossas empresas conseguem fazer isso, essas três empresas não representavam muito [...] não mais do que 15%."

Por exemplo, a Rússia já exporta leite e seus derivados para 60 países por todo o mundo e pretende expandir sua zona de exportação para o Sudeste Asiático, China e Oriente Médio com leite em pó.

Particularmente, as exportações agrícolas russas, principalmente de grãos, para a China aumentaram ultimamente em 40% e, no momento, a Rússia mantém negociações sobre a exportação de carne de porco russa ao país asiático.

Ela afirmou que, somente neste ano, a Rússia fechou mais de 750 contratos de grãos, petróleo e açúcar em moedas nacionais, representando 1,5 milhão de toneladas de produção. A maioria dos acordos é com o Irã, a Síria, o Egito e com os ex-países soviéticos.

"No que diz respeito aos grãos, nos primeiros quatro meses deste ano mais de 5% das exportações já foram em moedas nacionais", observou.

Segundo Abramchenko, a Rússia negocia sempre com os países amigáveis sobre as compras em rublos, mas a vice-primeira-ministra sublinha que é importante que a outra parte esteja de acordo.

"Em geral, no que se trata da geografia das exportações para países amigáveis, o crescimento é muito bom, e aqui nos sentimos confiantes. Ou seja, de fato o encerramento das relações comerciais com países hostis não interrompeu a agroexportação. Aumentamos as entregas tanto em rublos quanto em termos físicos", concluiu.