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Analista: seis Estados 'hesitantes' decidirão o futuro da geopolítica; Brasil é um deles

© SputnikMinistros das Relações Exteriores dos países-membros do BRICS na África do Sul, 1º de junho de 2023
Ministros das Relações Exteriores dos países-membros do BRICS na África do Sul, 1º de junho de 2023 - Sputnik Brasil, 1920, 09.06.2023
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Hoje, a atenção dos Estados Unidos deve se concentrar em seis países "hesitantes" do Sul Global que se recusarem a apoiar o Ocidente na prestação de assistência militar à Ucrânia e na imposição de sanções contra a Rússia, escreve o presidente do Grupo Eurásia, Cliff Kupchan, em um artigo para Foreign Policy.
Segundo Kupchan, é o Brasil, a Índia, a Indonésia, a Arábia Saudita, a África do Sul e a Turquia que determinarão o futuro da geopolítica – e está no poder de Washington para conquistá-los.
Em maio, o presidente ucraniano Vladimir Zelensky fez uma rara incursão fora da Ucrânia, visitando Jidá saudita e Hiroshima japonesa. No âmbito dessa visita, o líder ucraniano esperava obter apoio principalmente do Brasil, Índia, Indonésia e Arábia Saudita, porque, como observa Cliff Kupchan no seu artigo, esses países têm uma alavancagem geopolítica significativa e nenhum deles condenou a operação militar especial russa na Ucrânia.
Embora sejam muitas vezes menos poderosos do que os países do Norte Global eles são de muito maior interesse. O fato é que esses países do Norte, com exceção da Rússia, permanecem na órbita dos EUA, enquanto os Estados do Sul não estão conectados a nenhuma das superpotências e podem criar novas dinâmicas de poder.
Drapeaux des BRICS (Brésil, Russie, Inde, Chine et Afrique du Sud) - Sputnik Brasil, 1920, 01.06.2023
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Ao mesmo tempo, eles são todos membros do G20 e são ativos em geopolítica e geoeconomia. Kupchan acredita que esses países também são um "barômetro" para tendências geopolíticas mais amplas no Sul Global.
Esses seis Estados "hesitantes" que desempenham um papel cada vez mais importante nas relações internacionais, recusaram-se desde o início a apoiar o Ocidente na prestação de assistência militar à Ucrânia e na imposição de sanções contra a Rússia. Além disso, alguns deles tentaram se opor às sanções antirrussas e até mesmo prejudicá-las.
A Turquia foi um dos países que enviou à Rússia os maiores volumes de bens de dupla utilização, portanto "violando o espírito e possivelmente a letra das sanções ocidentais".
Por sua vez, a maioria dos outros países do Sul Global preferem permanecer neutros, e alguns, como a África do Sul, tendem a favorecer completamente a Rússia. Todos os seis mantiveram ou aumentaram o comércio e outros laços com a Rússia desde o início do conflito ucraniano.
Como observa o autor do artigo, a manifestação de um aumento significativo em sua influência pode ser vista em suas iniciativas de mediação. Assim, o presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, tomou sua própria iniciativa para resolver o conflito, e a Índia está considerando mediar o conflito ucraniano no futuro. Tudo isso, diz Kupchan, permitirá que eles atuem como mediadores em outros conflitos.
Hoje, o principal contrapeso à dominação ocidental é chamado de BRICS – uma associação interestatal que consiste em Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul.
Mas a questão de saber se o BRICS se tornará uma instituição mais formal alegando representar o Sul Global permanece em aberto.
O fato é que a China, segundo Kupchan, nnão está nesse grupo de países principalmente porque o poder econômico da China e suas amplas ambições geopolíticas a tornam um tipo diferente de Estado. E no caso da Rússia, as nações do Sul Global não compartilham o desejo do país de reformular a ordem mundial.
Ao mesmo tempo, no seu artigo para Foreign Policy, o autor apela para Washington prestar mais atenção a esses seis Estados "hesitantes" para evitar um enfraquecimento significativo da sua posição no equilíbrio de poder global.
O fato de não terem apoiado os Estados Unidos na questão do conflito na Ucrânia ou da concorrência com a China sugere que estão se afastando da órbita dos EUA. De acordo com o autor do artigo, Washington precisa pensar em uma estratégia diplomática não apenas para cada um dos seis países, mas também para o Sul Global como um todo.
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