Porta-voz do Kremlin: França dificilmente pode ser considerada um país neutro quanto à Ucrânia

Dmitry Peskov não crê que Paris seja um interveniente imparcial em relação ao conflito na Ucrânia, citando seu apoio ao regime de Kiev.

A França é uma parte de fato do conflito entre a Rússia e a Ucrânia, então dificilmente pode ser considerada um Estado neutro que possa reivindicar o papel de moderador, disse no sábado (3) Dmitry Peskov, porta-voz presidencial russo, enquanto comentava a possibilidade da realização de uma cúpula de paz sobre a Ucrânia em Paris.

Emmanuel Macron, presidente da França, sugeriu que Vladimir Zelensky realizasse uma cúpula de paz sobre a Ucrânia em Paris, enquanto a Dinamarca e a Suécia fizeram propostas semelhantes, relatou na terça-feira (30) o jornal norte-americano The Wall Street Journal, citando diplomatas europeus.

"Não vi nem ouvi nenhuma declaração oficial do presidente francês a esse respeito. Mas, nesse caso, a França dificilmente pode ser considerada um Estado neutro, que possa reivindicar qualquer papel de moderador, digamos, como o Brasil, como a China, como os países africanos, como o Vaticano", comentou ele a possibilidade da organização de uma cúpula de paz sobre a Ucrânia em Paris.

"A França não pode mais fazer isso, porque a França é um participante ativo de fato nesse conflito, um participante do lado ucraniano, e os franceses devem estar cientes disso", disse Peskov em entrevista a um jornalista do canal russo Rossiya 1.

Ele garantiu que Vladimir Putin, presidente da Rússia, sempre esteve, está e estará pronto para quaisquer contatos entre os Estados para alcançar os objetivos da Rússia por outras formas que não a continuação da operação especial.

"Mas esses mesmos países do Ocidente coletivo não nos deixam outra saída no momento", advertiu o porta-voz.

"Agora a Ucrânia é um instrumento de conflito de fato. O conflito realmente se tornou mais amplo. O Ocidente coletivo está realmente travando uma guerra combinada contra nosso país. É por isso que é inútil se envolver na resolução de conflitos com essa ferramenta. Isso também precisa ser entendido", assinalou.