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Mídia: abraço do príncipe herdeiro saudita a Assad envia forte sinal aos EUA

© AP Photo / SANAPresidente sírio Bashar al-Assad, à esquerda, e o príncipe herdeiro saudita Mohammed bin Salman, na cúpula da Liga de Estados Árabes em Jeddah, Arábia Saudita, 19 de maio de 2023.
Presidente sírio Bashar al-Assad, à esquerda, e o príncipe herdeiro saudita Mohammed bin Salman, na cúpula da Liga de Estados Árabes em Jeddah, Arábia Saudita, 19 de maio de 2023. - Sputnik Brasil, 1920, 24.05.2023
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A saudação calorosa ao presidente sírio Bashar al-Assad pelo príncipe herdeiro saudita Mohammed bin Salman é apenas um sinal do declínio da influência de Washington no reino árabe, escreve o artigo da Reuters.
A cúpula da Liga Árabe, que contou com a presença do presidente sírio Bashar al-Assad pela primeira vez em 12 anos, foi realizada em Jidá, Arábia Saudita, na sexta-feira (19).

"O príncipe herdeiro saudita Mohammed bin Salman assumiu o centro do palco como mestre de cerimônias na semana passada, quando os Estados árabes readmitiram a Síria na Liga Árabe, sinalizando para Washington quem dá as cartas na região", comentam os autores do artigo.

O artigo lembra que o príncipe caiu em desgraça após o assassinato do jornalista saudita Jamal Khashoggi em 2018 na embaixada da Arábia Saudita na Turquia.
Mas suas posições se fortaleceram no ano passado, quando as economias ocidentais pediram à Arábia Saudita que ajudasse a conter o mercado de petróleo desestabilizado pelo conflito na Ucrânia.
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O artigo nota que o príncipe busca reafirmar a Arábia Saudita como potência regional, usando seu lugar no topo de um gigante da energia em um mundo dependente do petróleo, afetado pela crise ucraniana.

"Sua saudação efusiva ao presidente Bashar al-Assad na cúpula árabe, com beijos na face e um abraço caloroso, desafiou a desaprovação dos EUA em relação ao retorno da Síria ao grupo e foi o ponto culminante de uma reviravolta na sorte do príncipe, estimulada pelas realidades geopolíticas", diz a Reuters.

Os autores observam que o príncipe herdeiro está cético em relação às promessas de segurança dos Estados Unidos para a Arábia Saudita. Portanto, está criando laços com várias potências mundiais, mesmo com rivais de Washington.
Por exemplo, o restabelecimento das relações diplomáticas entre Riad e seu inimigo regional, o Irã, este ano, após anos de hostilidade foi mediado pela China.
© AP Photo / Agência de Imprensa SauditaPríncipe herdeiro saudita Mohammed bin Salman, à direita, cumprimenta o presidente chinês Xi Jinping, na Cúpula do Conselho de Cooperação do Golfo em Riad, Arábia Saudita, 9 de dezembro de 2022.
Príncipe herdeiro saudita Mohammed bin Salman, à direita, cumprimenta o presidente chinês Xi Jinping, na Cúpula do Conselho de Cooperação do Golfo em Riad, Arábia Saudita, 9 de dezembro de 2022. - Sputnik Brasil, 1920, 24.05.2023
Príncipe herdeiro saudita Mohammed bin Salman, à direita, cumprimenta o presidente chinês Xi Jinping, na Cúpula do Conselho de Cooperação do Golfo em Riad, Arábia Saudita, 9 de dezembro de 2022.
Outro passo rumo à independência da política exterior saudita foi, segundo os autores, a proposta de bin Salman ao presidente ucraniano Vladimir Zelensky, que discursou na reunião de Jidá, para ser mediador entre Kiev e Moscou.
Zelensky, por sua vez, reclamou em seu discurso que alguns líderes árabes não estão prestando atenção ao conflito na Ucrânia.
O ministro das Relações Exteriores da Arábia Saudita, Faisal bin Farhan Al Saud, disse que Zelensky foi convidado para a cúpula porque os líderes árabes estavam interessados em resolver a crise ucraniana e manter relações com Moscou e Kiev.
Esse é um forte sinal para os Estados Unidos de que os sauditas estão reformulando e redesenhando suas relações sem eles, indica o artigo, citando o presidente do think tank Centro de Pesquisas do Golfo, Abdulaziz al-Sager.
Os autores do artigo concluem que, com Washington aparentemente menos envolvido nas questões do Oriente Médio e menos receptivo às ansiedades de Riad, o príncipe herdeiro saudita está adotando sua própria política regional com menos deferência em relação às opiniões de seu aliado mais poderoso.
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