Turquia não colocará as exigências dos países ocidentais em primeiro lugar, diz Erdogan

O presidente da Turquia criticou a política defendida por seu opositor nas eleições presidenciais, que vê como fazendo "tudo o que fosse exigido pelo Ocidente".

A Turquia não planeja cumprir todas as exigências feitas pelo Ocidente, especialmente no que diz respeito à imposição de sanções contra a Rússia, disse na sexta-feira (19) o presidente turco Recep Tayyip Erdogan.

Erdogan recebeu 49,24% dos votos no primeiro turno da eleição presidencial realizada no domingo (14), enquanto seu principal concorrente, Kemal Kilicdaroglu, reuniu 45,07%, de acordo com dados do Conselho Supremo Eleitoral. A falta de uma maioria por todos os candidatos significa que a eleição foi para um segundo turno em 28 de maio, onde se defrontarão Erdogan e Kilicdaroglu.

O último acusou a Rússia de suposta interferência nas eleições da Turquia.

"A oposição diz que reconstruirá as relações da Turquia com outros países. Por um lado, você ataca a Federação da Rússia, por outro, você diz que construirá novas relações", disse Erdogan.

O mandatário ressaltou que Ancara atualmente mantém relações com todos os países ocidentais, incluindo os EUA, e também com a Rússia e a China.

"Quanto às sanções contra o maior parceiro comercial da Turquia, a Rússia, eles [a oposição] disseram que fariam tudo o que fosse exigido pelo Ocidente. Adeus, Kemal [Ataturk, primeiro presidente da República da Turquia], a Turquia fará o que quisermos, não o que o Ocidente exigir. Isso nunca acontecerá em nossa política", disse Erdogan.

Durante as eleições presidenciais de 2020 Joe Biden, atual líder dos EUA, prometeu apoiar a oposição turca caso ele vencesse a eleição presidencial dos EUA, e chamou Erdogan de autocrata. Em resposta Ibrahim Kalin, porta-voz da presidência turca, acusou Biden de ignorância, arrogância e hipocrisia.