Pentágono afirma ter sistema Cúpula de Ferro pronto para enviar para a Ucrânia

Os EUA adquiriram duas baterias do sistema de Israel no final de 2020, enviando uma para Guam em 2021 para ver seu funcionamento contra mísseis chineses. Israel usou extensivamente o sistema de defesa aérea contra foguetes construídos em garagens e drones disparados por milícias palestinas, mas nunca o testou contra atores estatais.

Os Estados Unidos têm um sistema Cúpula de Ferro pronto para ser enviado para a Ucrânia se Kiev o solicitar, indicou o comandante de Defesa Espacial e Mísseis do Exército dos EUA, Daniel Karbler.

"Nossas duas baterias da Cúpula de Ferro que temos agora — uma completou seu novo equipamento de treinamento — novo equipamento de campo, está preparada para implantação, a segunda está finalizando seu novo equipamento de campo agora, então o Exército tem uma bateria disponível para desdobramento [na Ucrânia] enquanto se aguarda um pedido para isso", disse Karbler, respondendo a uma pergunta do senador Angus King durante uma reunião do Subcomitê de Forças Estratégicas do Senado na semana passada (9).

"Obviamente, a defesa antimísseis é muito importante para os ucranianos", disse King, enquanto formulava sua pergunta. "Por que a Cúpula de Ferro não está sendo implantada na Ucrânia? Nós ajudamos a pagar por isso. Gastamos cerca de US$ 3 bilhões [cerca de R$ 14,6 bilhões][para] Israel desenvolvê-lo, US$ 500 milhões [aproximadamente R$ 2,4 bilhões] por ano, pelo que sei. Isso não seria um recurso muito importante para os ucranianos, já que seu principal problema agora é a defesa aérea?", perguntou o senador.

O secretário assistente de defesa para política espacial, John Plumb, disse a King que, até o momento, os EUA se concentraram em sistemas de defesa antimísseis de seus próprios estoques para enviar à Ucrânia. "Você sabe que fornecemos baterias Patriot, por exemplo, [fizemos] investimentos significativos em defesa antimísseis e encorajamos aliados a fazerem o mesmo", disse o oficial.

O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, expressou relutância em enviar equipamentos militares para a Ucrânia no mês passado, em meio a relatos de pressão crescente de Washington para que o fizesse. A posição atual de Tel Aviv segue uma reversão dos comentários de Netanyahu em janeiro de que Tel Aviv poderia enviar uma Cúpula de Ferro para Kiev.

Kiev implorou a Israel para enviar Cúpulas de Ferro ao país no ano passado, com autoridades dizendo que a Ucrânia estaria pronta para "comprar" o sistema e não estava procurando por uma "doação".

No início de 2022, na véspera da escalada na Ucrânia, a mídia israelense informou que Tel Aviv interrompeu uma tentativa dos EUA de transferir suas baterias da Cúpula de Ferro para a Ucrânia em meio a preocupações sobre como Moscou poderia responder ao ato.

Introduzido pela primeira vez em serviço pelos militares israelenses em 2011, a Cúpula de Ferro foi amplamente utilizada nas batalhas de Israel contra as milícias armadas palestinas e libanesas principalmente com pequenos foguetes e drones. Israel divulgou o sistema como um dos melhores sistemas de defesa aérea do mundo. No entanto, análises independentes de sua proporção de disparo para abater levantaram questões sobre sua eficácia, com um estudo de seu uso contra foguetes do Hamas durante o conflito de maio de 2021 em Gaza, revelando que o sistema havia sido parcialmente dominado pelos disparos em massa de foguetes da milícia palestina.

As baterias do sistema consistem em módulos de radar e comando e controle e três lançadores armados com 20 mísseis interceptores Tamir cada. Israel tem cerca de 12 Cúpulas de Ferro em seu arsenal.