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Perigos do não pagamento: Casa Branca prevê possíveis 'danos graves' à economia dos EUA

© Sputnik / Nina ZotinaNotas de dólar (imagem de referência)
Notas de dólar (imagem de referência) - Sputnik Brasil, 1920, 04.05.2023
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A Casa Branca reconhece que os Estados Unidos estão em uma situação econômica complexa pela possibilidade de o Congresso não elevar o teto da dívida pública do governo federal, o que levaria a nação norte-americana a enfrentar danos severos em sua economia.
O Conselho de Assessores Econômicos da Casa Branca (CEA, na sigla em inglês), com base em informações do gabinete de Orçamento do Congresso e do Departamento do Tesouro, advertiu que os Estados Unidos "se aproximam rapidamente do dia em que o governo não poderá pagar suas dívidas, também conhecido como Dia X".
Segundo um artigo publicado pelo CEA, o não pagamento das dívidas do governo federal provocaria "rupturas no mercado financeiro".

"Romper o teto da dívida provocaria um severo dano à economia dos Estados Unidos. Análises do CEA e de investigadores externos ilustram que, se o governo dos Estados Unidos não cumprir as suas obrigações, sejam as que têm com os seus credores, empreiteiros ou cidadãos, a economia se tornaria rapidamente reversa, com perdas profundas em função da duração do incumprimento", lê-se no comunicado oficial publicado pela Casa Branca.

Se atingir o Dia X, o produto interno bruto (PIB) dos Estados Unidos poderá apresentar uma queda de até 6,1%, ou de 0,3%, no melhor dos casos, de acordo com as estimativas.
Um incumprimento prolongado provocaria um cenário semelhante ao da Grande Recessão de 2008, em que 8,3 milhões de pessoas perderam o emprego, e o mercado bolsista cairia 45%.
Neste cenário, o governo federal não seria capaz de ajudar os consumidores e as empresas, como pôde fazer durante a crise financeira de 2008 ou durante a pandemia de COVID-19.

"Segundo a Moody’s [agência de notação], mesmo um breve incumprimento do limite de dívida poderia provocar uma queda do PIB real, a perda de quase dois milhões de postos de trabalho e um aumento da taxa de desemprego de até quase 5% desde seu nível atual de 3,5%", indica o documento.

Por outro lado, o think tank Brookings adverte que um contexto de falta de confiança e liquidez "poderia traduzir-se em mais de 750 bilhões de dólares [R$ 3,74 trilhões] em maiores custos de endividamento federal durante a próxima década".
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Neste cenário, as obrigações do Departamento do Tesouro perderiam seu valor, diminuindo sua demanda e aumentando "a volatilidade no valor do dólar diante de outras moedas", pelo que a moeda americana já não seria tão atrativa para os investidores.
O próprio CEA reconhece que o valor das obrigações próximo do dia 1º de junho, em que será aprovado um novo teto da dívida, já está a aumentar devido à incerteza, o que, por sua vez, encarece os empréstimos governamentais e se traduz em um custo mais elevado para os contribuintes.

"Quanto mais os Estados Unidos se aproximam do teto da dívida, mais esperamos que piorem estes indicadores de estresse do mercado, o que provocará uma maior volatilidade nos mercados de ações e obrigações corporativas e inibirá a capacidade das empresas para se financiarem e participarem no investimento produtivo que é essencial para estender a expansão atual", observa artigo.

O CEA também adverte que, sendo uma recessão induzida pela dívida, o país norte-americano se veria incapaz de empreender medidas contracíclicas que ajudassem a paliar o efeito negativo que se produzirá nos lares e empresas.
Por exemplo, os empréstimos privados ficariam mais caros e as taxas de juro aumentariam de forma agressiva, incluindo alguns instrumentos financeiros utilizados por pequenas empresas e consumidores comuns, como as obrigações do Tesouro e os juros dos cartões de crédito.

"Não existe um precedente histórico de que o governo dos EUA tenha passado o Dia X e ultrapasse o teto de sua dívida sem que o Congresso aumente ou suspenda o limite estatutário sobre dívida federal. No entanto, há um amplo consenso entre os economistas que afirmam que isso geraria uma catástrofe econômica evitável", lê-se no documento do CEA.

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