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Mídia: Brasil rejeita novas exigências europeias para acordo UE-Mercosul; pacto pode travar de novo

© AFP 2023 / Frederick FlorinA presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, faz um discurso durante um debate sobre "O Estado da União Europeia" como parte de uma sessão plenária do Parlamento Europeu em Estrasburgo, leste da França, em 14 de setembro de 2022
A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, faz um discurso durante um debate sobre O Estado da União Europeia como parte de uma sessão plenária do Parlamento Europeu em Estrasburgo, leste da França, em 14 de setembro de 2022 - Sputnik Brasil, 1920, 27.04.2023
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Novas exigências europeias enviadas recentemente transformam compromissos voluntários do Brasil em obrigações vinculantes, manobra considerada como arriscada pelo Itamaraty, uma vez que a negociação comercial já foi concluída.
Um dos passos mais esperados no campo do comércio internacional para o Brasil é a finalização do acordo entre o Mercosul e a União Europeia, que se arrasta para ser ratificado há 23 anos.
Após resistência europeia à gestão Bolsonaro, os europeus sinalizaram, com a vitória de Luiz Inácio Lula da Silva, que voltariam a conversar sobre o acordo quando a nova gestão começasse.
As tratativas de fato recomeçaram, contudo, o lado europeu fez ainda mais exigências ambientais aos países-membros do Mercosul, e o governo Lula já teria se posicionado sinalizando que não aceitará os compromissos ambientais extras sejam exigidos, segundo a coluna de Jamil Chade no UOL.
Para Lula, existe um espaço real para que o tratado seja finalmente assinado. Mas o temor do governo brasileiro é de que as economias mais protecionistas do bloco europeu usem os aspectos ambientais para justificar a criação de novos obstáculos ou mesmo medidas restritivas às exportações nacionais, escreve o jornalista.
Em entrevista ao El Pais nesta quinta-feira (27) Lula disse que "estamos em 2023 e a proposta ainda é impossível de aceitar. Vamos propor mudanças".
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O mandatário esteve em Portugal e na Espanha nestes últimos dias e o assunto foi posto na mesa. Em Lisboa, o tema foi inserido na declaração conjunta entre os dois países, mas as nações mercosulinas não estariam satisfeitas com o andamento da negociação.
Há duas semanas, a União Europeia apresentou um projeto para tentar superar o impasse nas negociações com o Brasil e, assim, concluir o acordo, mas o texto adicional ampliava as exigências ambientais, em um gesto considerado pelo Itamaraty como uma manobra que pode até mesmo ameaçar o tratado.
Pelo novo pacto, os países teriam de assumir uma série de compromissos ambientais, de biodiversidade e sobre direitos humanos. O ponto mais delicado é que o novo texto transforma o que são compromissos voluntários do Brasil sobre o clima em obrigações vinculantes.
Um dos argumentos usados pelo governo brasileiro é de que os europeus já adotaram protocolos extras em outros tratados comerciais, mas os documentos jamais significaram condições adicionais. Um exemplo citado é o acordo entre a Europa e o Canadá, outro importante exportador agrícola.
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No protocolo adicional, há apenas uma lista de esclarecimentos sobre alguns dos pontos mais sensíveis do tratado comercial. Mas não a imposição de novas exigências.
Internamente, escreve o jornalista, o governo Lula acredita que, se os europeus querem atuar para ajudar o Brasil com o meio ambiente, não precisam fazer exigências. Eles podem recorrer ao Fundo da Amazônia e investir para ajudar o país a reduzir o desmatamento.
A interpretação, é que o pacto Mercosul-União Europeia trata-se de uma negociação comercial já concluída, e que tal protocolo extra não poderia ser apresentado como uma carta de adesão com assinatura, como querem os europeus.
Com as negociações concluídas em 28 de junho de 2019, o pacto entre o bloco sul-americano e europeu ainda dependente do processo de revisão, assinatura e ratificação para entrar em vigor.
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