UE afirma que recusa em prorrogar acordo de grãos terá consequências 'catastróficas'

A missão da União Europeia (UE) em Moscou falou ao RBC sobre as consequências de um eventual não prorrogamento do acordo de grãos. O Kremlin chamou as perspectivas do acordo de "problemáticas" e o Ministério das Relações Exteriores russo disse que há cinco questões que dificultam a sua extensão.

Bruxelas lamentará se o acordo de exportação de grãos da Ucrânia não for prorrogado, afirmou ao RBC um representante da UE na Rússia. O acordo foi prorrogado por 60 dias em 17 de março, de modo que expira em 18 de maio, a menos que as partes acordem em uma nova prorrogação.

"Podemos esperar consequências catastróficas se o acordo de grãos não for estendido, já que tanto a Ucrânia quanto a Rússia são atores de escala global neste setor agroalimentar", disse a representação da UE na Rússia.

A missão também afirmou que "a Rússia apresenta condições novas para a extensão do acordo, muitas vezes não relacionadas aos objetivos do documento". Como exemplo, é referida a exportação de peças sobressalentes para equipamentos agrícolas da UE para a Rússia.

Desde a conclusão do acordo dos grãos, Moscou afirmou repetidamente que insiste no cumprimento das condições relativas ao fornecimento de fertilizantes russos, ressaltando que essa parte do acordo não está sendo cumprida. No entanto, em meados de março, a Rússia concordou com a extensão do documento.

A Iniciativa de Grãos do Mar Negro, assinada entre Rússia, Turquia, Ucrânia e as Nações Unidas em meio a operação militar especial na Ucrânia em julho de 2022, prevê a exportação de grãos, alimentos e fertilizantes ucranianos pelo mar Negro a partir de três portos, incluindo Odessa.

O pacote de acordo também inclui um memorando de entendimento entre a Rússia e a ONU para desbloquear as exportações russas de grãos e fertilizantes via mar Negro, o que, segundo Moscou, não foi implementado em meio às sanções ocidentais.