FSB: ato terrorista que matou Tatarsky foi organizado pelos serviços ucranianos e oposição russa

O atentado em um café em São Petersburgo, na Rússia, que matou o correspondente militar Vladlen Tatarsky, foi organizado pelos serviços secretos da Ucrânia e seus agentes na oposição russa, informou nesta quinta-feira (13) o Serviço Federal de Segurança da Rússia (FSB, na sigla em russo).

É relatado que Daria Trepova cometeu o ato terrorista de 2 de abril contra o conhecido jornalista Vladlen Tatarsky em São Petersburgo na sequência de repetidas chamadas para atividades subversivas por parte dos líderes da Fundação Anticorrupção (FBK, na sigla em russo, reconhecida como agente estrangeiro na Rússia), de Aleksei Navalny.

"Os líderes da Fundação Anticorrupção, Leonid Volkov e Ilia Zhdanov, após o início da operação militar especial, afirmaram repetidamente a necessidade de realizar atividades subversivas na Rússia com o objetivo de mudar a ordem constitucional 'por qualquer meio necessário'. [...] Como resultado, em 2 de abril, Daria Trepova realizou o atentado terrorista", indica o comunicado.

Além disso, o Serviço Federal de Segurança nomeou a segunda pessoa diretamente envolvida na preparação do ataque - um membro do grupo de sabotagem ucraniano, o cidadão ucraniano Yuri Denisov, que enviou a Trepova um dispositivo explosivo via entrega expresso, disfarçado em um busto de gesso de Vladlen Tatarsky.

"Denisov, em fevereiro de 2023, sob instruções dos serviços secretos ucranianos, viajou de Kiev via Letônia para a região de Moscou, onde coletou informações sobre o estilo de vida e as viagens de Maksim Fomin [mais conhecido como Vladlen Tatarsky]. Para este fim, ele comprou um carro e alugou um apartamento perto de sua residência", refere o comunicado.

Em 3 de abril, após o ataque, ele viajou de avião da Rússia, com escala na Armênia, para a Turquia, segundo o comunicado.

Na Rússia foram iniciados processos penais contra Leonid Volkov e Ilia Zhdanov por incitação pública ao terrorismo e ao extremismo, no âmbito do qual foram declarados procurados pela Justiça.

Maksim Fomin (mais conhecido como Vladlen Tatarsky), ex-miliciano independentista da região de Donbass e famoso correspondente de guerra russo, morreu em 2 de abril, em resultado de uma explosão em cafe. Mais 50 pessoas ficaram feridas.