Justiça ordena à PF que abra inquérito para investigar grupos nazistas e neonazistas no Brasil

No domingo (2), a Polícia Civil de Santa Catarina descobriu a existência de uma filial de um grupo internacional de supremacia branca no Brasil, o qual tinha plano para implantar uma célula radical no país.

O Ministério da Justiça através do ministro Flávio Dino anunciou na madrugada desta quinta-feira (6) a assinatura de uma medida para que a Polícia Federal instaure um inquérito a fim de apurar organismos nazistas e neonazistas no Brasil.

Assinei agora determinação à Polícia Federal para que instaure Inquérito Policial sobre organismos nazistas e/ou neonazistas no Brasil, já que há indícios de atuação interestadual. Há possível configuração de crimes previstos na Lei 7.716/89.

— Flávio Dino 🇧🇷 (@FlavioDino) April 6, 2023

Após o crime que chocou o país ocorrido ontem (6) em SC, Dino disse que "o acervo de causas que leva à ampliação de tragédias está bem visível: proliferação de ódio na sociedade, inclusive por uma Internet desregulada e com empresas irresponsáveis; incentivos ao armamentismo e à ideologia da morte; agrupamentos nazistas e neonazistas".

O ministro também disse que há indícios de que haja uma atuação interestadual destes tipos de organizações, e que no âmbito das investigações, também serão apurados crimes como racismo e apologia ao nazismo.

No domingo (2), foi revelado que a Polícia Civil de Santa Catarina descobriu a existência de uma filial de um grupo internacional de supremacia branca no Brasil, o grupo tinha um plano para implantar uma célula radical no país. No total, dez homens foram presos, segundo o G1.

"De fato, encontramos um grupo de indivíduos adeptos e integrantes de uma organização skinhead neonazista transnacional. Localizamos toda a vestimenta utilizada por eles, toda a indumentária que identifica eles como um grupo neonazista", afirmou o delegado Arthur de Oliveira Lopes citado pela mídia.

A polícia informou que encontrou mensagens criminosas nos celulares de investigados, como "pretos têm que morrer todos os dias", e que os suspeitos eram responsáveis pelo recrutamento de jovens que participavam de outras células, por meio de convites e seleções feitos na Internet.

A célula internacional também está presente em Portugal, Alemanha e outros países, relata o portal. O grupo é um dos mais organizados e violentos dos Estados Unidos.