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Esperamos uma nova corrida armamentista, mas 'de outro tipo', diz analista

© Sputnik / Serviço de imprensa do Ministério da Defesa da RússiaLançamento do míssil balístico intercontinental de base fixa Sarmat do cosmódromo de Plesetsk.
Lançamento do míssil balístico intercontinental de base fixa Sarmat do cosmódromo de Plesetsk. - Sputnik Brasil, 1920, 09.03.2023
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O fracasso na renovação do Tratado Novo START entre a Rússia e os Estados Unidos poderia ocasionar uma nova corrida armamentista, que correria o risco de perder as bases para trabalhar em questões nucleares em um contexto multipolar, afirmou um cientista político.
Esta foi uma das ideias expostas pelo professor emérito do Departamento de Ciências Políticas da Universidade da Colúmbia, Robert Legvold, em uma entrevista à revista Rússia nos Assuntos Globais publicada na quarta-feira (8).
Perguntado se a decisão de Moscou de suspender sua participação no Tratado de Reduções Ofensivas Estratégicas (START III ou Novo START) acabaria com os tratados clássicos de controle de armamentos, Legvold sublinhou que este acordo "está morrendo" e agora "seu destino se tornou um derivado" do conflito ucraniano. Assim, seus fundamentos serão ainda mais prejudicados enquanto o confronto continuar.
"Se não o salvarmos, podemos dizer que todo o sistema de tratados que existia desde a década de 1970 terminará aí. Ao mesmo tempo, será possível esquecer a abordagem em si, que somos capazes de encontrar soluções para regular as relações entre Rússia e Estados Unidos na esfera nuclear através de acordos mais informais do que formais (precisamente não através de acordos negociados)", disse Legvold.
"Isso significaria que perderíamos a base para trabalhar em questões nucleares em um contexto multipolar", afirmou, salientando que também se perderiam as perspectivas de um acordo entre Pequim e Washington.
Além disso, de acordo com o cientista político, neste caso o mundo entrará em uma época em que haverá uma nova corrida armamentista, mas "de outro tipo", já que, em vez de aumentar o número de armas nucleares, Rússia e Estados Unidos rivalizariam pela superioridade qualitativa.
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O cientista político ainda garantiu que a concorrência se intensificaria em muitos âmbitos, já que vivemos em tempos de uma maior diversidade de armas, como mísseis hipersônicos, ou de novas zonas para a confrontação, como o espaço. E tudo isso poderia ocorrer em uma situação de ausência total de medidas que regulamentem esta corrida.
Ao mesmo tempo, reconheceu que o passo dado por Moscou é um alívio para muitos funcionários norte-americanos que desejam realizar novos testes nucleares.
Segundo Legvold, não se trata atualmente apenas de pessoas que sempre se opuseram aos tratados de controle de armas, mas também daqueles que inicialmente não eram contra o assunto e que agora se mostram contrários a qualquer acordo com o Kremlin.
Entretanto, o especialista está convencido de que se Washington "se move nesta direção devido ao declínio geral em matéria de controle de armamentos, a Rússia responderá simetricamente".

"Pessoalmente, duvido que a Rússia seja a primeira a dar um passo no sentido de retomar os testes, mas tudo dependerá da atmosfera geral no contexto do que está acontecendo na Ucrânia. Isso é o que determina tudo neste momento", concluiu.

Em 21 de fevereiro, o presidente russo, Vladimir Putin, fez um discurso à Assembleia Federal russa, onde anunciou a suspensão da participação da Rússia no Tratado Novo START.
"Hoje, sou forçado a anunciar que a Rússia está suspendendo sua participação no Tratado de Redução de Armas Estratégicas. Repito: não estamos nos retirando do tratado, mas sim suspendendo a participação [...] Devemos entender o que pretendem países como a França e Reino Unido e como levaremos em conta seus arsenais estratégicos, ou seja, o potencial de ataque combinado da aliança [OTAN]", afirmou Putin.
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