Mídia: Alemanha tem falta de tanques prontos para mobilizar a força rápida da OTAN

A Alemanha estaria mal equipada para cumprir seus compromissos da OTAN em caso de emergência que exija uma resposta militar imediata, informou a ZDF (segunda emissora alemã de televisão).

Berlim estava programada para formar o núcleo da Força-Tarefa Conjunta de Alta Prontidão (VJTF, na sigla em inglês) neste ano. No entanto, a unidade militar responsável carece de tanques prontos para a missão, disse a emissora na segunda-feira (6), citando documentos internos.

Espera-se que a VJTF seja a primeira a enfrentar um adversário se a OTAN for atacada. A força de 8.000 soldados deve estar pronta para enviar suas tropas para o front dentro de dois a sete dias, mas o Batalhão de Tanques 393 da Bundeswehr dificilmente está à altura da tarefa, informou a ZDF.

A unidade, baseada no estado central alemão da Turíngia, é a única do Exército alemão equipada com o tanque de batalha principal Leopard 2A7V. No entanto, poucos deles estão prontos para o combate.

Pelo menos 30 dos 44 tanques de equipamento pesado da unidade devem estar prontos para a batalha a qualquer momento ao longo do ano para atender aos requisitos da VJTF. Em janeiro, a unidade tinha apenas 17 tanques prontos para a ação, de acordo com os documentos internos vistos pela ZDF. Em fevereiro, esse número aumentou para 20, ainda abaixo dos padrões da VJTF.

Estimativas da Bundeswehr vistas pela ZDF mostram que o batalhão não estará pronto para a missão da VJTF neste ano, uma vez que o número de tanques prontos para combate em sua posse é improvável que exceda 23 em qualquer momento.

Oficialmente, Berlim ainda afirma que está pronta para cumprir suas obrigações da OTAN. O ministro alemão da Defesa, Boris Pistorius, admitiu um "acúmulo de manutenção e reparos" durante sua visita à Lituânia nesta semana, mas insistiu que a questão "agora será resolvida".

"Não há dúvida de que a missão pode ser cumprida", disse ele aos jornalistas, referindo-se à VJTF.

A VJTF foi criada depois que a Rússia teve a Crimeia reunificada por referendo em 2014 e foi implantada pela primeira vez para defesa coletiva após Moscou começar a operação na Ucrânia no ano passado. Berlim assumiu o comando do VJTF por 12 meses, o que exige que o líder esteja operacional dentro de 48 a 72 horas. A Alemanha está fornecendo até 2.700 soldados para a força-tarefa.