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'Novo normal de energia' da Europa não impediria perda de competitividade mesmo com gás mais barato

© AFP 2023 / Sebastien BozonManômetro em tubulações de gás em uma estação de compressão GRTgaz, em Morelmaison, França, 28 de novembro de 2022
Manômetro em tubulações de gás em uma estação de compressão GRTgaz, em Morelmaison, França, 28 de novembro de 2022 - Sputnik Brasil, 1920, 06.03.2023
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A agência norte-americana Bloomberg publicou um artigo de opinião que comparou desfavoravelmente a situação no continente europeu na década de 2010 com a atualidade.
Apesar da grande redução recente dos preços do gás no mercado europeu, a situação permanece ruim para o continente, argumentou na segunda-feira (6) um colunista da agência norte-americana Bloomberg.
Javier Blas, especializado em energia e mercadorias, apontou que é verdade que o preço do gás na Europa chegou aos € 350/mW (R$ 1.935) em agosto de 2022, e que, entretanto, baixou para cerca de € 50 (R$ 276). No entanto, menciona, entre 2010 e 2020 os preços médios ainda eram duas vezes inferiores. No caso do Reino Unido, os custos com o gás atingiram um máximo de 550 libras esterlinas (R$ 3.439) em agosto e dezembro de 2022, e agora caíram para pouco abaixo de 150 libras (R$ 938).
Os preços ainda superiores estão obrigando as empresas a subir os custos para cobrir suas margens financeiras, incluindo no início de 2023, quando os novos preços costumam entrar em vigor. Isso, nota o colunista, agrava os níveis de inflação, particularmente nos serviços e na fabricação, mas também na alimentação. A título de exemplo, algumas estufas não estão conseguindo se aquecer no inverno europeu e são obrigadas a fechar nesse período, provocando escassez e custos mais altos.
Linhas de energia (imagem de referência) - Sputnik Brasil, 1920, 05.03.2023
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"A competitividade da Europa está sofrendo cada vez mais. Os altos preços da energia estão agora colocando um peso adicional sobre a rentabilidade e a competitividade", resumiu Martin Brudermuller, CEO da BASF. A situação é agravada pelo posicionamento do Banco Central Europeu e o Banco da Inglaterra, que deverão subir ainda mais as taxas de juro, apesar do crescimento econômico já "anêmico".
Assim, mesmo com a Europa conseguindo atravessar os últimos meses com prejuízos muito menores que os esperados, Greg Molnar, um analista de gás da Agência Internacional de Energia, vê fatores como um tempo favorável, o próprio dano econômico, o uso do carvão, em contravenção aos objetivos de uma economia verde, e o acesso ao gás natural liquefeito não necessário à China em meio aos lockdowns antipandêmicos do país, como responsáveis por 80% da queda da demanda em 2022.
Somente os restantes 20% aconteceram devido à eficiência energética e à mudança de comportamento, sublinha.
Por causa disso, Javier Blas espera que os próximos invernos sejam mais complicados que o último, assegurando um "novo normal de energia" com continuação de preços do gás relativamente elevados na Europa.
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