Vigilante de saúde russo: patógenos de laboratórios biológicos dos EUA ameaçam o mundo inteiro

As Tropas de Defesa Radiológica, Química e Biológica (RQB) da Rússia começaram a expor a extensão do programa de armas biológicas dos EUA na Ucrânia na primavera passada, usando informações obtidas durante a operação militar especial de Moscou naquele país, lançada em fevereiro de 2022.

Os laboratórios biológicos financiados pelos EUA representam um risco para toda a população do planeta associado à propagação potencial de patógenos recém-desenvolvidos, declarou a chefe da agência Serviço Federal de Defesa dos Direitos dos Consumidores e Bem-Estar Humano (Rospotrebnadzor) da Rússia, Anna Popova.

"Claro que existem riscos de disseminação de patógenos novos, desconhecidos e avançados por aí. Também é notável que existam publicações em que eles afirmam abertamente que estão estudando patógenos e aprimorando suas propriedades. Na minha opinião, esta é uma clara violação da convenção [sobre armas biológicas]", disse Anna Popova.

Os países nos quais esses laboratórios aparecem correm o risco de perder ou já podem ter perdido sua soberania biológica, sem saber o que está acontecendo dentro desses laboratórios, disse Popova.

O Ministério da Defesa (MD) da Rússia divulgou lotes de informações pertencentes aos programas biológicos do Pentágono na Ucrânia, obtidos durante a operação militar especial de Moscou, lançada no dia 24 de fevereiro de 2022.

De acordo com informações citadas pelo MD da Rússia, os Estados Unidos canalizaram mais de US$ 200 milhões (cerca de R$ 1 bilhão) para seus laboratórios biológicos em solo ucraniano, que supostamente eram usados como parte inerente do programa biológico militar norte-americano.

Em março de 2022, à medida que surgiam mais e mais informações pertencentes aos biolaboratórios, a subsecretária de Estado para Assuntos Políticos, Victoria Nuland, admitiu que a Ucrânia possui instalações de pesquisa biológica e que o governo dos EUA temia que "materiais" dessas instalações pudessem cair no mãos dos militares russos durante sua operação na Ucrânia.

Em junho do mesmo ano, o Pentágono afirmou que, nos últimos 20 anos, os EUA "trabalharam em colaboração para melhorar a proteção e segurança biológica e vigilância de doenças da Ucrânia para saúde tanto humana como animal, fornecendo apoio a 46 laboratórios ucranianos para fins pacíficos, instalações de saúde e locais de diagnóstico de doenças".

No entanto, de acordo com a comissão da Assembleia Federal da Rússia criada para investigar as atividades de biolaboratórios patrocinados pelos EUA no exterior, existem atualmente cerca de 400 dessas instalações de pesquisa de duplo propósito. Recentemente, as Tropas de Defesa RQB da Rússia revelaram que em 2022 os EUA evacuaram especialistas ucranianos que trabalhavam em armas biológicas para países ocidentais, incluindo os EUA, Canadá e toda a União Europeia (UE). A realocação foi realizada, em parte, para evitar que a Rússia obtenha mais informações sobre as atividades de especialistas ucranianos e norte-americanos que possam violar obrigações internacionais e normas de tratados.